Com a chegada do último trimestre do ano, é comum testemunharmos um aumento nos preparativos para as festas, confraternizações e reflexões sobre o ano que se encerra. No entanto, para muitas pessoas, esse período também traz consigo uma sombra silenciosa conhecida como “Síndrome do Fim de Ano”, contribuindo para o aumento dos sintomas de ansiedade e depressão.
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A pressão social para viver momentos de alegria e celebração durante as festividades pode criar expectativas inatingíveis para algumas pessoas, levando-as a enfrentar uma série de desafios emocionais. A comparação constante com as conquistas alheias, os padrões estéticos cultuados nas redes sociais e a sensação de solidão podem intensificar sentimentos de inadequação e tristeza.
A ansiedade relacionada ao fim do ano muitas vezes se manifesta na forma de preocupações sobre metas não alcançadas, resoluções não cumpridas e a incerteza do futuro. O ambiente festivo pode, paradoxalmente, desencadear sentimentos de isolamento, especialmente para aqueles que não têm uma rede de apoio sólida ou estão longe de entes queridos.
Além disso, a pressão financeira associada a presentes, viagens e eventos sociais pode se tornar esmagadora, contribuindo para o agravamento de sintomas depressivos. A expectativa de felicidade durante as festividades muitas vezes contrasta com a realidade vivenciada por aqueles que enfrentam dificuldades financeiras, agravando o quadro emocional.
É fundamental reconhecer a importância de cuidar da saúde mental durante esse período desafiador. A sociedade deve estar atenta aos sinais de ansiedade e depressão, promovendo um ambiente de compreensão e empatia. Amigos e familiares desempenham um papel crucial ao oferecer apoio emocional e incentivar a busca por ajuda profissional quando necessário.
Profissionais de saúde mental recomendam a prática de autocuidado, incluindo a gestão do tempo, estabelecimento de limites realistas e a procura por momentos de tranquilidade. O diálogo aberto sobre as pressões emocionais associadas ao fim do ano pode dissipar a sensação de isolamento e contribuir para a construção de uma comunidade mais compassiva.
Adicionalmente, é crucial desmistificar a ideia de que as festividades devem ser perfeitas. Aceitar as imperfeições e valorizar os momentos de conexão e gratidão pode reduzir a pressão autoimposta e permitir que as pessoas desfrutem do período de forma mais equilibrada.
A Síndrome do Fim de Ano é uma realidade enfrentada por muitos, e a conscientização sobre seus impactos na saúde mental é fundamental. Ao promover a compreensão, o apoio mútuo e a busca por hábitos saudáveis, podemos transformar o final do ano em uma época de reflexão, crescimento pessoal e solidariedade.
Por Mirta Lourenço. Médica e colunista do Revista Cariri