Diariamente, uma equipe formada por médica, enfermeira, fonoaudióloga e fisioterapeuta sai do Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, para realizar atendimentos em locais fora do ambiente hospitalar: as casas dos pacientes. Essa equipe faz parte do Programa de Atendimento Domiciliar (PAD) do HRC, que iniciou suas atividades em 2014 atendendo pacientes que necessitavam de desospitalização e acompanhamento para adaptação a uma nova realidade.
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Uma dessas pacientes é a aposentada Maura Ferreira dos Santos, 74. Ela deu entrada no HRC em dezembro de 2023 após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foram 40 dias de internação, dos quais 27 foram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após sair da UTI, dona Maura foi transferida para a Unidade de Cuidados Especiais (UCE), onde alcançou condições de receber alta hospitalar. No entanto, as graves sequelas do AVC demandariam atenção e cuidados permanentes no retorno dela para casa. Foi então que o PAD foi acionado.
A médica que coordena o serviço no HRC, Caroline Cabral, explica que o programa atua, sobretudo, na transição do cuidado, com o treinamento dos familiares para que tenham domínio das demandas com o paciente, contribuindo assim para a diminuição do número de reinternações. “Os pacientes que são acompanhados por esse programa são normalmente aqueles que saem com algum dispositivo, como sondas, ou que fizeram traqueostomia, por exemplo. Então eles chegam em uma fase dentro do hospital que não precisam mais da internação, mas que ainda precisam do cuidado, que pode ser dado em casa”, completa Caroline.
Desde que iniciou o acompanhamento pelo PAD, em fevereiro deste ano, dona Maura já apresentou evoluções importantes. A sonda para alimentação já não é mais necessária e ela voltou a se alimentar pela boca. Na última visita, foi o dia de retirar o traqueóstomo, que até então ela precisava para respirar melhor.
Um dos filhos de dona Maura, o mototaxista José Ferreira, 42, comemora mais um avanço na recuperação da mãe. “Graças a Deus foi uma benção ter esse programa acompanhando minha mãe e ela teve uma evolução muito forte, muito significativa. O atendimento do PAD é extraordinário, específico para pessoas nessa situação. Com o PAD ela tem acompanhamento semanal. Essa equipe nos orienta como tem que lidar com a mãe, para não haver nenhum tipo de imprevisto. É uma equipe qualificada e preparada”, destaca Ferreira.
Qualidade de vida
A médica da equipe do PAD, Cristiana Macedo, ressalta que o engajamento da família é fundamental e contribui para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que necessitam desses cuidados. Em relação à dona Maura, ela conta que a paciente estava totalmente restrita quando o PAD iniciou o acompanhamento. “Por conta do trabalho da fisioterapia, com o apoio dos familiares, que colaboraram muito, ela já consegue sentar e de alguma forma participa da rotina da casa, estando ali junto com a família. Então a qualidade de vida dela melhorou muito. Esse serviço faz diferença na vida dos pacientes e da família”, completa.
Além dos atendimentos em domicílio, a equipe do PAD realiza, mensalmente, encontros com os cuidadores no HRC. O objetivo é reforçar as orientações nos cuidados com os pacientes, abordando alguns temas específicos, como por exemplo as lesões por pressão, que podem ser comuns em pessoas que vivem acamadas. É uma oportunidade para que os cuidadores também tirem suas dúvidas com os profissionais.
O PAD em números
O PAD do HRC atende mensalmente entre 15 e 20 pacientes. Somente este ano, de janeiro a junho, já foram realizados 1.130 atendimentos, que abrangem os atendimentos médicos, de enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia. Em relação à taxa de melhoria funcional decorrente dos atendimentos em fisioterapia, de janeiro a maio de 2024 foi alcançado 100% de evolução na alta dos pacientes.
“Diante da doença e do quadro de cada paciente, a equipe do PAD se reúne e estabelece metas do que é que pode e que dá para ser feito. Então quando se atinge essa meta para aquele paciente, ele recebe alta do PAD”, conclui a médica Caroline Cabral.