A partir dos 65 anos, é normal que o organismo fique mais lento, o que pode nos deixar suscetível a certas doenças, por isso a atenção à saúde deve ser redobrada.
A realização periódica de exames é um ponto importante, já que é possível fazer uma prevenção efetiva de muitas doenças, bem como o diagnóstico precoce, o que permite evitar complicações e melhorar a qualidade de vida.
Confira na lista abaixo quais os principais exames indicados para quem já passou dos 65:
Hemograma completo
O hemograma é o conhecido exame de sangue, ele mostra as taxas de células do sangue. Os glóbulos vermelhos (hemácias) são responsáveis pelo transporte de oxigênio para as células do corpo; os glóbulos brancos (leucócitos) promovem a defesa do organismo contra infecções; e as plaquetas auxiliam na coagulação do sangue.
Através deste exame avalia-se se a pessoa é portadora de anemia ou se está com alguma infecção ou distúrbio na coagulação do sangue. Além disso, auxilia a suspeitar de doenças sanguíneas, como leucemias, por exemplo.
Perfil de colesterol
O exame de perfil de colesterol permite avaliar a quantidade de gordura no organismo. Caso o colesterol apresente taxas muito altas, o paciente poderá ter o risco de doenças graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico (ou derrame cerebral) e tromboses de artérias de várias partes do corpo, aumentado.
Sendo assim, caso o exame aponte níveis elevados de colesterol, além de tratamento medicamentoso, é necessário que o idoso receba acompanhamento e orientação preventiva. No geral, as recomendações para esse público são as mesmas para a população em geral: manter atividade física regular, dieta equilibrada, evitar alimentos processados, dar preferência para alimentos in natura, controle de ingestão de álcool e fumo.
Glicemia de jejum
O exame de glicemia de jejum é uma dosagem realizada para identificar os níveis de açúcar no sangue. O paciente que apresentar níveis de glicemia de jejum acima de 126 mg/dl é diagnosticado como diabético. Prevenir o diabetes é extremamente importante, pois é uma doença que aumenta consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares em geral.
Recomenda-se que pessoas adultas façam essa dosagem de glicemia a cada três a cinco anos como forma de identificar as alterações para que sejam feitas intervenções, primeiramente de mudanças de hábitos, e caso não tenha efeito, os medicamentos podem ser prescritos. Isso vale de paciente por paciente, de acordo com o histórico.
Densitometria óssea
A densitometria óssea é um exame realizado para identificar a massa óssea, ou seja, a qualidade e a resistência dos ossos. Essa análise permite diagnosticar a existência da osteopenia e da osteoporose, sendo esta última a forma mais grave da degradação óssea e que torna o osso mais poroso e mais propenso a fraturas.
Quanto mais cedo diagnosticada a osteopenia, é possível intervir com tratamentos adequados para evitar ou postergar o risco da osteoporose.
Função renal
Alguns exames podem dar dicas sobre o funcionamento dos rins, os mais comuns e acessíveis são os de sangue: ureia, creatinina, eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fósforo, entre outros) e gasometria venosa.
A indicação de exame de função renal de rotina é apenas para pacientes que têm predisposição a problemas renais mais prevalentes, como hipertensão e diabetes. A frequência da realização deve ser definida pelo médico.
Exames oftalmológicos
É de extrema importância que o idoso visite o oftalmologista ao menos uma vez ao ano, pois o médico indicará exames mais específicos conforme a necessidade de cada paciente. Na consulta, poderão ser realizados exames para aferir a pressão intraocular, além da avaliação do risco de glaucoma ou catarata.
No caso de pacientes com diabetes e hipertensão, é indicado fazer o mapeamento de retina e retinografia. Tanto a pressão alta sem controle quanto o diabetes podem causar a retinopatia, que é uma degeneração, um desgaste da retina da camada mais interna do olho, responsável pela visão. Pessoas com retinopatias degenerativas podem ter perdas parciais ou totais da visão.
Audição
A causa mais frequente de diminuição de audição em idosos é a presença de cerume impactado, uma espécie de rolha de cera que acumula no ouvido e que pode ser retirada em consultório pelo médico de família e comunidade, antes de fazer qualquer encaminhamento para exame.
Através da audiometria é possível ver o limiar auditivo e também a capacidade de entender o que é falado. Com este exame é possível intervir precocemente e minimizar os danos da perda auditiva para garantir autonomia e interação social do idoso com amigos e familiares.
Mamografia
A mamografia é um exame que consiste em comprimir a mama através de um aparelho que vai gerar imagens como um raio-X. O objetivo principal é fazer o rastreio e o seguimento de lesões nas mamas, isso inclui o câncer de mama, uma das neoplasias mais comuns em mulheres, que quando diagnosticadas precocemente, têm boa resposta ao tratamento.
O protocolo do Ministério da Saúde indica a realização a cada dois anos, em mulheres na faixa dos 50 anos a 69 anos. Caso apresentem algum caroço, dor ou qualquer outro problema na área, a orientação é procurar um médico para a melhor conduta de investigação a ser tomada.
Exames ginecológicos
Esta questão deve ser individualizada. De forma geral, pacientes de 60 a 79 anos, que tenham vida sexual ativa, devem realizar o papanicolau (exame que detecta o câncer de colo de útero) anualmente. A ultrassonografia da pelve, capaz de detectar doenças uterinas e dos ovários, pode obedecer a mesma orientação de realização do papanicolau.
Próstata
É de suma importância que o homem, sobretudo após os 50 anos de idade, realize anualmente o exame sanguíneo do PSA no sangue e o exame de toque da próstata para avaliar a presença de hiperplasia prostática benigna (aumento benigno da próstata) ou o câncer de próstata. São doenças que têm cura, sobretudo se detectadas precocemente.
Exames cardiológicos
Os exames cardiológicos devem ser realizados ao menos uma vez ao ano. O eletrocardiograma permite avaliar o ritmo e a condução elétrica do coração e o ecocardiograma é como um ultrassom que avalia a força do bombeamento e da performance do órgão. São exames importantes para diagnosticar arritmias (palpitações ou batimento cardíaco baixo), bem como insuficiência cardíaca.
O teste ergométrico, mais conhecido como o “teste da esteira”, é realizado com o objetivo de avaliar a performance cardíaca perante o esforço físico do idoso. O exame auxilia no diagnóstico de patologias como a insuficiência das artérias que nutrem o coração.
Cuidados especiais
Em idosos com diabetes é importante ter uma alimentação fracionada, evitando grandes períodos em jejum, uma vez que esses pacientes são mais suscetíveis a hipoglicemia sintomática (queda da glicose no sangue). A princípio, não há a recomendação de medir a glicemia diariamente em pessoas que não tomam insulina.
Idosos hipertensos devem manter-se hidratados, pois esses são mais vulneráveis a variação do volume corpóreo, podendo assim apresentar hipotensões sintomáticas (queda da pressão arterial).
Nos pacientes com osteopenia/osteoporose, é indicado ter uma alimentação rica em cálcio e exposição solar em horários adequados e com proteção, e evitar as quedas para diminuir o risco de fraturas, grande causa da perda de mobilidade em idosos.
Fontes consultadas: Rosmary Tatiane Arias Buse, médica preceptora do serviço de geriatria do HSPE – IAMSPE (Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo) e diretora científica da SBGG-SP (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Estado de São Paulo) e Rodolfo Vaz, médico da equipe de clínica médica do Hospital Beneficência Portuguesa, de Santo André, do Hospital São Luiz (unidades Jabaquara e São Caetano do Sul) e cardiologista no Instituto do Coração
Fonte: UOL