Nos últimos anos, a popularidade da cerveja cresceu exponencialmente, tornando-se uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no Brasil. Embora muitos apreciem seu sabor e a associem a momentos de descontração, o consumo diário de cerveja pode trazer consequências significativas para a saúde. Veja os efeitos dessa prática no corpo humano, com base em pesquisas científicas e opiniões de especialistas.
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Impacto no sistema digestivo
A cerveja é uma bebida rica em calorias e carboidratos, o que pode levar ao ganho de peso se consumida em excesso. Segundo o gastroenterologista Dr. Marcelo Campos, o consumo diário pode sobrecarregar o fígado, que é responsável pela metabolização do álcool. “A ingestão regular pode causar acúmulo de gordura no fígado, condição conhecida como esteatose hepática, que pode evoluir para cirrose hepática se não for controlada”, explica o médico.
Além disso, a cerveja pode irritar o revestimento do estômago, aumentando a produção de ácido gástrico e provocando gastrite ou úlceras. Pessoas com doenças gastrointestinais pré-existentes devem ter cautela redobrada.
Alterações metabólicas e ganho de peso
Uma latinha de cerveja (350ml) contém cerca de 150 calorias. Se alguém consome uma cerveja por dia, isso se traduz em um aumento de 1.050 calorias por semana. “O consumo contínuo de calorias extras sem um aumento correspondente na atividade física pode resultar em ganho de peso e obesidade”, adverte a nutricionista Carla Oliveira.
A obesidade está ligada a várias doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. “O álcool também pode interferir no metabolismo dos carboidratos, levando à resistência à insulina”, complementa a especialista.
Impacto no sistema cardiovascular
Em quantidades moderadas, alguns estudos sugerem que o álcool pode ter um efeito protetor no coração, aumentando os níveis de HDL, o “bom” colesterol. No entanto, o consumo diário de cerveja pode facilmente ultrapassar a moderação, resultando em efeitos negativos.
O cardiologista Dr. Renato Pereira destaca que o consumo excessivo de álcool está associado ao aumento da pressão arterial, arritmias e cardiomiopatia alcoólica. “O coração pode se tornar menos eficiente no bombeamento de sangue, levando a uma condição potencialmente fatal conhecida como insuficiência cardíaca”, alerta o médico.
Efeitos no sistema nervoso
O álcool é um depressor do sistema nervoso central. O consumo diário pode levar a uma tolerância, onde a pessoa necessita de quantidades cada vez maiores para obter o mesmo efeito. “Isso pode resultar em dependência e, eventualmente, em alcoolismo”, adverte a psiquiatra Dra. Fernanda Lopes.
Além disso, o consumo crônico de álcool pode causar danos neurológicos, afetando a memória, a coordenação motora e o tempo de reação. Em casos graves, pode levar à síndrome de Wernicke-Korsakoff, uma doença neurológica grave causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1).
Aprecie com moderação
É inegável que a cerveja faz parte da cultura e da socialização de muitas pessoas. No entanto, os riscos associados ao consumo diário não podem ser ignorados. “A moderação é a chave. Beber ocasionalmente e em pequenas quantidades é geralmente seguro para a maioria das pessoas, mas o consumo diário pode abrir portas para vários problemas de saúde”, conclui Dr. Campos.
Para aqueles que gostam de uma cervejinha, a recomendação é clara: apreciar com moderação e estar atento aos sinais do corpo. Procurar orientação médica e nutricional pode ser um passo importante para aqueles que desejam equilibrar prazer e saúde.
Por Bruno Rakowsky