Um novo caso suspeito de varíola dos macacos no Ceará, a Monkeypox, é investigado pela Secretaria da Saúde (Sesa). A suspeita foi notificada nessa terça-feira (7) e se trata de uma pessoa residente em Pacatuba, na Grande Fortaleza.
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A Sesa informou, nesta quarta-feira (8), que o caso está em “investigação epidemiológica”. A pessoa se encontra em isolamento domiciliar.
Todos os contatos e coleta de material para exames laboratoriais já estão sendo feitos pela pasta. “A vigilância em saúde da Sesa permanece monitorando o caso”, disse a Secretaria.
De acordo com a Sesa, a pessoa com a suspeita não viajou para áreas onde há casos confirmados. Tampouco ela teve contato com infectados pela doença.
Primeiro caso descartado
Nessa segunda-feira (6), o primeiro caso suspeito da varíola dos macacos no Estado foi descartado pela Sesa. Segundo a pasta, a investigação epidemiológica e laboratorial apontou resultado negativo para a doença.
A notificação do caso havia sido confirmada pelo Ministério da Saúde no último dia 30 de maio. A Sesa havia adiantado, no entanto, que a pessoa suspeita da infecção não teria viajado para os locais onde a doença já foi registrada ou mantido contato com alguém contaminado.
O que é a varíola dos macacos?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a doença recebeu esse nome porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos mantidas para pesquisa, em 1958. Somente em 1970, foi detectada em humanos. A varíola dos macacos é causada pelo vírus Monkeypox.
Apesar de ser da mesma família da varíola humana, o patógeno causador da doença dos macacos tem menor risco de complicações. Segundo a OMS, a enfermidade é encontrada na África Central e Ocidental, onde há florestas tropicais e os animais que podem transportar a doença.
Ocasionalmente, pessoas com varíola são identificadas em outros países, após viagens de regiões onde a varíola é endêmica.
Quais os sintomas?
Segundo a OMS, os sintomas duram entre duas e quatro semanas, mas desaparecem por conta própria sem tratamento. A orientação é que as pessoas com os sinais descritos abaixo procurem orientação médica e comuniquem possível contato com alguém infectado. Veja os sintomas:
• Febre;
• Dores de cabeça intensa, musculares e/ ou nas costas;
• Baixa energia;
• Linfonodos inchados;
• Erupções cutâneas ou lesões.
Geralmente, a erupção se apresenta de um a três dias após o início da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, cheias de líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, secar e cair.
Segundo o órgão, o número de lesões em uma pessoa pode variar de alguns a milhares. A erupção tende a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Eles também podem ser encontrados na boca, genitais e olhos.
Como se transmite?
A doença não se espalha facilmente, mas a transmissão ocorre através do contato com animais ou com a pessoas infectadas. No caso dos seres humanos, estudos apontam que o vírus é transmitido quando há interação física com pessoas que ainda estejam apresentando sintomas (entre duas e quatro semanas).
Até o momento, não está claro se assintomáticos podem espalhar o vírus. De acordo com a OMS, a erupção cutânea, os fluidos corporais (pus ou sangue de lesões na pele) e as crostas são infecciosos. Por isso, é necessário evitar o compartilhamento dos seguintes itens com os infectados:
• Roupas;
• Roupas de cama;
• Toalhas;
• Objetos como utensílios/pratos.
Além disso, úlceras, lesões ou feridas na boca podem ser infecciosas, o que significa que a doença pode se espalhar pela saliva. As pessoas que interagem de perto com alguém que é infeccioso, incluindo profissionais de saúde, membros da família e parceiros sexuais, correm maior risco de infecção.
O vírus também pode se espalhar de uma pessoa grávida para o feto ou de um pai infectado para o filho durante ou após o nascimento por meio do contato de pele.
Varíola dos macacos mata?
Segundo a OMS, os sintomas das pessoas contaminadas desaparecem por conta própria em algumas semanas. Entretanto, há casos mais graves que podem levar a complicações médicas e até a morte. O risco é maior para recém-nascidos, crianças e pessoas com deficiências imunológicas subjacentes.
As complicações de casos graves podem ser infecções de pele, pneumonia, confusão e infecções oculares que podem levar à perda de visão. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%.
Vacina contra varíola protege da doença dos macacos?
A OMS informou que as pessoas vacinadas contra a varíola no passado também terão alguma proteção contra a maioria dos casos da doença dos macacos. Portanto, a vacinação prévia contra a varíola pode resultar em uma doença mais leve.
Por Matheus Facundo
Fonte: Diário do Nordeste