Duas novas subvariantes do coronavírus, XEC e LP.8.1, foram identificadas em circulação no Ceará e são apontadas como responsáveis pelo aumento de casos de Covid-19 registrado no estado nas últimas semanas. As sublinhagens foram detectadas em 12 das 30 amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) entre 26 de agosto e 5 de novembro, conforme nota técnica divulgada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em 20 de novembro.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
A subvariante LP.8.1, inédita no Brasil, foi encontrada em Fortaleza, Sobral, Quixeré, Caucaia e Maracanaú. Já a XEC, presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, foi detectada na capital cearense e em Caucaia. A XEC foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “variante sob monitoramento” (Variant Under Monitoring), por apresentar mutações que podem influenciar a transmissibilidade do vírus.
Embora não haja evidências de que essas variantes causem sintomas mais graves do que outras da linhagem ômicron, a recombinação genética da XEC pode torná-la mais transmissível, segundo a Sesa.
“Temos duas novas subvariantes em circulação no Ceará, e elas conseguem, temporariamente, enganar o sistema imunológico, o que favorece o aumento das infecções”, afirmou Antonio Silva Lima Neto, secretário-executivo de Vigilância em Saúde da Sesa.
Aumento da positividade e casos confirmados
O Ceará registrou um salto significativo na positividade dos testes de Covid-19. Nas últimas semanas, a taxa aumentou de 9% para até 30%. Segundo Lima Neto, os casos confirmados chegaram a 400 na última semana.
Apesar do aumento, o secretário destacou que não se espera um crescimento de casos graves neste momento, mas reforçou a necessidade de retomar medidas de prevenção, como o uso de máscaras e a higienização das mãos.
Atualização de vacinas contra novas variantes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última sexta-feira (22), a atualização das vacinas Spikevax (Adium) e Comirnaty (Pfizer) para incorporar a cepa JN.1. Essa mudança atende à recomendação da OMS, publicada em abril, que orienta a adaptação dos imunizantes para maior eficácia contra variantes recentes.
“O Brasil conta atualmente com três vacinas monovalentes aprovadas para prevenção da Covid-19, mas apenas duas solicitaram a atualização à Anvisa”, informou a Agência em nota.
Vigilância genômica como estratégia fundamental
O monitoramento genômico realizado pelo Lacen tem sido crucial para identificar e rastrear novas variantes em circulação no Ceará. Além das subvariantes XEC e LP.8.1, o laboratório detectou outras linhagens no estado, como MJ.1.1, LF.3.1.2 e LB.1.3.
“A vigilância genômica é imprescindível para monitorar as variantes em circulação e entender a introdução de novas sublinhagens”, destacou a Sesa.
Recomendações à população
Diante do cenário de aumento de casos, as autoridades de saúde reforçam a importância de completar o esquema vacinal, incluindo as doses atualizadas, e manter os cuidados básicos de prevenção. A Sesa orienta que os profissionais de saúde utilizem máscaras cirúrgicas na rotina de trabalho para proteger os pacientes e os trabalhadores da área.
Por Nicolas Uchoa