O consumo de bebidas alcoólicas é uma tradição do carnaval, mas a mistura com medicamentos e substâncias estimulantes pode causar efeitos nocivos ao organismo, desde mal-estar até intoxicação severa. Especialistas alertam para os riscos dessa combinação, que pode comprometer a saúde e a segurança dos foliões.
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De acordo com o psiquiatra César Lima Torres, o álcool pode reduzir a eficácia dos medicamentos, enquanto os remédios potencializam os efeitos da bebida, aumentando o risco de intoxicação mesmo com quantidades menores de álcool.
O perigo do “efeito antabuse”
Uma das reações mais graves da interação entre medicamentos e álcool é o chamado “efeito antabuse”. Esse fenômeno pode provocar sintomas como náusea, vômito, palpitação, rubor facial, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória, taquicardia, ansiedade e mal-estar. Em casos extremos, pode levar à morte. A reação recebe esse nome devido ao medicamento Antabuse (disulfiram), utilizado no tratamento do alcoolismo. O consumo de antibóticos em conjunto com álcool é um dos cenários que pode desencadear esse efeito.
Durante o carnaval, quando o consumo de bebidas tende a aumentar, os riscos de efeitos adversos se intensificam, exigindo maior atenção.
As combinações mais perigosas
Especialistas destacam algumas das interações mais comuns entre álcool e outras substâncias, alertando para seus efeitos nocivos:
1. Bebidas energéticas
A cafeína presente nos energéticos amplifica a euforia causada pelo álcool e reduz a percepção de embriaguez, fazendo com que a pessoa beba mais do que deveria. Além disso, tanto o álcool quanto a cafeína são diuréticos, podendo causar desidratação severa.
2. Cafeína
Além dos energéticos, a cafeína está presente em refrigerantes, chocolate e café. O consumo excessivo associado ao álcool pode intensificar os sintomas da ressaca no dia seguinte.
3. Anticoncepcionais
Embora o álcool não reduza diretamente a eficácia dos anticoncepcionais, pode levar ao esquecimento ou atraso na ingestão da pílula, comprometendo sua efetividade.
4. Antialérgicos
A mistura de bebida alcoólica com antialérgicos potencializa o efeito sedativo, podendo provocar tontura, sonolência, falta de equilíbrio e dificuldades de concentração.
5. Antidepressivos
Diferentes tipos de antidepressivos podem interagir de forma variada com o álcool. No geral, essa combinação não é segura, pois pode aumentar os efeitos colaterais dos medicamentos e reduzir sua eficácia.
6. Ansiolíticos
O consumo de álcool junto a ansiolíticos pode intensificar efeitos sedativos, causar insuficiência respiratória e até levar ao coma. Além disso, o risco de dependência química aumenta significativamente.
7. Antibióticos
Alguns antibóticos, como eritromicina, rifampicina e nitrofurantoína, podem causar o efeito antabuse quando combinados com álcool, trazendo sérios riscos à saúde.
8. Anticonvulsivantes
O álcool pode diminuir a eficácia dos anticonvulsivantes e aumentar o risco de intoxicação, comprometendo o controle de crises epilépticas.
Segurança em primeiro lugar
Com a chegada do carnaval, é essencial que os foliões estejam atentos aos riscos da mistura de álcool com medicamentos e estimulantes. A precaução pode evitar complicações graves e garantir uma festa segura e sem imprevistos. Caso esteja em tratamento médico, é recomendável consultar um profissional de saúde antes de consumir bebidas alcoólicas.
Por Bruno Rakowsky










