O tema hemorroida ainda é um tabu tanto para homens quanto para mulheres, que normalmente procuram um especialista somente quando a situação realmente incomoda. Porém, o que muita gente não sabe é que há meios de se prevenir do problema, principalmente através de uma alimentação rica em fibras, hidratação e prática regular de atividades físicas.
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Apesar do nome popular ser hemorroida, o termo mais adequado é doença hemorroidária. Todos nós temos veias e artérias na região anal, mas o problema ocorre quando elas estão inchadas e inflamadas. Sua causa é multifatorial e está atrelada a fatores genéticos, alimentação sem fibras (e com pimenta), hábitos de evacuação, constipação intestinal, tosse crônica, disfunções do assoalho pélvico, fezes endurecidas, entre outras.
Classificadas em internas e externas, podem acometer qualquer pessoa, inclusive crianças. As internas ocorrem devido ao deslizamento da mucosa junto com as veias hemorroidárias, de dentro para fora do canal anal. As externas são mais superficiais, já estão fora do canal anal.
Importante ressaltar que hemorroidas em geral só doem quando ocorre alguma complicação, em especial a trombose (ou tromboflebite). Os desconfortos mais frequentes são sangramentos, coceira, sensação de peso e/ou volume local, umidade, e às vezes, sujeira permanente mesmo após uma boa higiene pós-evacuatória. Uma vez com hemorroida, os alívios são obtidos com tratamento clínico ou operatório.
Abaixo, veja algumas dicas de como aliviar os sintomas e se prevenir do problema.
1) Higienização anal adequada
O procedimento deve ser feito com água. O papel higiênico deve ser usado apenas quando a água não estiver disponível.
2) Remédios e pomadas
Uma alternativa é receitar medicamentos flebotômicos, que têm sua eficácia comprovada através de estudos, e o poder de aumentar a permeabilidade local dos vasos, facilitar a drenagem venosa local e elevar a circulação sanguínea.
Com isso, as hemorroidas desinflamam e melhoram. As pomadas são úteis para aliviar os sintomas iniciais. Analgésicos e anti-inflamatórios também auxiliam na fase inflamatória, diminuindo o edema local. Supositórios com produtos específicos podem reduzir sangramentos.
3) Soluções caseiras
É recomendado somente o banho de assento, que consiste em um banho de imersão com água morna e alivia muito os sintomas. Não há medicação ou procedimento caseiro com comprovação científica para o tratamento da doença.
4) Alimentação
Deve ser rica em fibras, com o consumo de frutas, verduras, legumes e grãos. As fibras aumentam a absorção de água para dentro do intestino e tornam as fezes mais macias/pastosas, prevenindo a formação de hemorroidas e reduzindo os sintomas. Por outro lado, deve-se evitar comer pimenta.
5) Hidratação
A água “hidrata” as fezes, permitindo que a evacuação ocorra com esforço mínimo. Fezes duras são muito prejudiciais.
6) Exercícios físicos
São fundamentais, mas na presença de hemorroidas, aqueles de força excessiva (tipo halterofilismo) devem ser evitados.
7) Papel higiênico
Só deve ser usado em casos de extrema necessidade, onde não é possível higienizar com água. A higiene com papel acentua microerosões e sangramentos.
8) Outras medidas preventivas
• Respeitar a vontade de ir ao banheiro e ter o ritmo intestinal adequado;
• Durante o dia não ficar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé);
• Evitar usar o celular no vaso sanitário (pode prolongar o tempo de evacuação, elevando a pressão e o risco de hemorroidas);
• Não forçar as evacuações e higienizar o local com água em ducha, bidê ou mesmo direto no banho;
• Não subestimar outras doenças associadas que podem causar dor, desconforto e sangramentos como, por exemplo, os tumores de reto, de canal anal, fissuras anais, pólipos retais grandes ou juvenis, fístulas e patologias infecciosas. É muito comum designar qualquer acometimento anal ou sangramento ao nome hemorroida.
9) Quando a cirurgia é indicada?
Nas complicações da doença, como nos casos de trombose de repetição. Ou quando a pessoa tem muitos sintomas que não cedem com o tratamento clínico. Mas lembre-se: cada caso é avaliado individualmente pelo médico.
10) Sempre procure um especialista
Sobretudo na presença de algum sintoma local, como prurido, dor, desconforto, prolapso, nodulação endurecida ou sangramento ao evacuar. Mesmo em casos iniciais podem ser adotadas medidas preventivas ou estabilizadoras da doença.
O tratamento mais precoce pode aliviar os sintomas e evitar uma cirurgia. Além disso, o especialista vai fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças, como o câncer. O especialista a ser procurado é o proctologista.
Fontes consultadas: Fábio Guilherme Campos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo); Andreza de Farias Calado, coloproctologista do Hospital Promater de Natal (RN); André Araújo, coloproctologista do Hospital Alvorada de Brasília; Alexandre Margutti Fonoff, coloproctologista do Hospital Samaritano Higienópolis de São Paulo; e Ramon Mendes, proctologista do Hospital Cárdio Pulmonar Rede D’Or de Salvador (BA).
Fonte: VivaBem/UOL