A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS assinaram dois acordos de cooperação para a produção nacional dos medicamentos com os princípios ativos liraglutida e semaglutida, conhecidos como agonistas do receptor GLP-1, popularmente chamados de canetas emagrecedoras.
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O acordo prevê a transferência de tecnologia da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e da formulação final dos medicamentos para Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz. Até a conclusão do processo, a produção ocorrerá na fábrica da EMS em Hortolândia (SP). Posteriormente, será transferida para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.
🔹 Avanço para a indústria nacional
Segundo nota conjunta divulgada pelas instituições, as injeções subcutâneas representam uma abordagem de alta eficácia e inovação no tratamento da obesidade e do diabetes, simbolizando um marco importante para a indústria farmacêutica brasileira. A iniciativa também marca o início da produção de medicamentos injetáveis pela Fiocruz.
“Trata-se de mais um avanço significativo da indústria nacional no desenvolvimento de soluções de alta complexidade”, diz o comunicado.
🔹 Regulação e controle
Desde junho, farmácias e drogarias passaram a reter receitas médicas para a venda dos medicamentos com princípios ativos como semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida. A medida foi determinada pela Anvisa, que observou um uso elevado e fora das indicações aprovadas, gerando riscos à saúde.
A Anvisa ressaltou que a retenção das receitas tem como objetivo proteger a população contra o uso indiscriminado dos medicamentos, frequentemente promovidos para emagrecimento estético.
🔹 Preocupação com uso irregular
A mudança no controle foi defendida por entidades médicas como:
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
• Sociedade Brasileira de Diabetes
• Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica
Em nota, as instituições alertaram que a venda irregular e o acesso facilitado à automedicação exponham os pacientes a riscos desnecessários e comprometam o acesso daqueles que realmente precisam.
🔹 Discussão sobre o SUS
Em paralelo, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu consulta pública em junho para avaliar a possível inclusão da semaglutida nos serviços públicos de saúde. A consulta, que recebeu contribuições até o dia 30 de junho, foi solicitada pela fabricante do Wegovy, a farmacêutica Novo Nordisk.
No entanto, a Conitec recomendou a não incorporação do medicamento, com base em estimativas de custo que poderiam chegar a R$ 7 bilhões em cinco anos.
Por Fernando Átila










