Nos últimos 15 anos, o câncer de pênis levou 7.790 homens a perderem o órgão. Em média, 486 amputações são realizadas todo ano no país. Os dados foram obtidos com exclusividade pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) junto ao Ministério da Saúde.
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O levantamento analisou dados de 2007 a 2022 disponíveis no DataSUS, serviço do Ministério da Saúde que disponibiliza informações sobre o sistema público de saúde.
De acordo com o relatório, 459 brasileiros tiveram o pênis amputado no ano passado, quando o país registrou 1.933 casos de câncer de pênis.
A quantidade de amputações registradas em 2022 foi 19,5% menor em relação a 2021, quando foram realizados 570 procedimentos.
O número de casos da doença também caiu 6,71% em comparação com dois anos atrás, época em que foram registrados 2.072 infecções.
Apesar da aparente queda, no entanto, a SBU alerta que os números referentes ao ano passado podem ter sido maiores do que o registrado, uma vez que os dados continuam em constante atualização e só se referem aos casos contabilizados até o mês de novembro.
Infelizmente, o Brasil segue como uma das maiores casuísticas mundiais em câncer de pênis. Karin Jaeger Anzolch, médica urologista e diretora de comunicação da SBU.
O que leva à amputação do pênis e como evitar câncer
A amputacão é uma das consequências do câncer de pênis em estágio avançado.
Esse tipo de tumor está relacionado principalmente à má higiene na região.
Quatro ações são recomendadas pela SBU para prevenir a doença:
• Limpeza adequada do pênis com água e sabão, puxando o prepúcio para higiene da glande. A limpeza deve ser realizada todos os dias e após as relações sexuais.
• Tomar a vacina contra o HPV. O imunizante está disponível gratuitamente pelos SUS para a população de 9 a 14 anos. É importante recebê-lo porque, muitas vezes, o câncer é causado pelo HPV.
• Realização da postectomia (retirada do prepúcio) quando necessário. A cirurgia é indicada para os casos em que essa pele que encobre a cabeça do pênis não permite a higienização correta.
• Uso de preservativo para evitar contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como o HPV.
Veja os estados com maior número de amputações de pênis (2007-2022):
• São Paulo (1.321)
• Minas Gerais (1.161)
• Paraná (633)
• Ceará (526)
Câncer de pênis mata?
Em suas fases mais avançadas, o câncer de pênis pode levar à morte. Segundo o levantamento, a doença foi responsável por cerca de 5.000 óbitos entre 2007 e 2020 (último ano com estatística disponível).
Em 2020, 463 homens morreram pela doença, o que equivale a um aumento de 1,09% em relação ao ano de 2019 (458). Este foi o maior número de óbitos da série.
Quais são os sintomas e o que fazer
A causa principal da doença é o acúmulo de secreções na glande. Essa ‘sujeira’ pode evoluir para uma infecção que se transforma em ferida. Se não curada, vira um tumor que aos poucos vai lesionando a região.
A lesão pode ser acompanhada de coceira local, queimação, dor e odor desagradável.
Quando diagnosticado rapidamente, o tumor é superficial e pode ser tratado com radioterapia, quimioterapia ou terapia local.
Por isso, em caso de vermelhidão ou feridas no pênis, é fundamental procurar um urologista.
“A higiene correta ajuda a evitar a doença, e o diagnóstico precoce ajuda na cura do câncer sem a necessidade de tratamentos mais radicais como a amputação do pênis.”
Alfredo Felix Canalini, presidente da SBU
Fonte: VivaBem/UOL