No Dia Mundial do Coração, celebrado nesta segunda-feira (29), especialistas reforçam um alerta que vai além do cansaço: distúrbios do sono podem sobrecarregar o coração e abrir caminho para doenças graves, como hipertensão, arritmia e infarto.
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😴 Sono e coração: qual a relação?
Durante o sono, a pressão arterial tende a cair, em um processo conhecido como descenso fisiológico. Isso dá ao coração uma espécie de “folga”, reduzindo o esforço contínuo.
“Quando essa queda de pressão não acontece, o coração trabalha em sobrecarga, o que pode acelerar processos de desgaste e aumentar o risco de insuficiência cardíaca”, explica o cirurgião vascular Felipe Andrade.
🚨 O impacto do sono ruim
Se o descanso é interrompido ou de má qualidade, o corpo reage liberando adrenalina e cortisol, hormônios relacionados ao estresse. Essa reação:
• Mantém a pressão alta durante a noite;
• Provoca taquicardia (batimentos acelerados);
• Aumenta a resistência à insulina, favorecendo o diabetes;
• Estimula inflamações crônicas nos vasos sanguíneos.
“A privação de sono afeta diretamente o sistema cardiovascular. Vemos cada vez mais jovens com arritmias e alterações de pressão ligadas à insônia e à apneia”, observa o cardiologista Marcelo Nogueira.

😮💨 A espiral da apneia do sono
A apneia obstrutiva do sono é considerada o caso mais grave. Ela ocorre quando a respiração é interrompida diversas vezes durante a noite devido ao relaxamento da língua e da musculatura da garganta. O ronco aumenta até que a respiração trava.
A cada episódio:
• O oxigênio no sangue despenca;
• O coração acelera em tentativa de compensar;
• O cérebro desperta a pessoa, quebrando o sono profundo.
Estima-se que 1 bilhão de pessoas no mundo sofram de apneia, sendo que metade dos pacientes com doenças cardiovasculares também convivem com o problema.
“A apneia, além de afetar o coração, causa microdespertares que prejudicam a memória, a concentração e aumentam o risco de acidentes”, acrescenta o neurologista Ricardo Lemos.
⚖️ O elo entre sono e obesidade
Dormir pouco mexe com os hormônios que regulam a fome: a leptina, que dá saciedade, cai, enquanto a grelina, que estimula o apetite, aumenta. O resultado é mais fome, menos gasto energético e maior risco de ganho de peso.
O excesso de peso, por sua vez, aumenta a chance de apneia e sobrecarrega ainda mais o coração.

🌙 Como melhorar a qualidade do sono
Segundo a médica especialista em sono, algumas medidas simples ajudam a garantir noites mais restauradoras:
• Criar rotina regular para dormir e acordar;
• Reduzir café, álcool e tabaco à noite;
• Evitar telas pelo menos 1 hora antes de deitar;
• Manter o quarto escuro e silencioso;
• Encerrar atividades de trabalho pelo menos 2 horas antes do sono.
O ideal é que adultos durmam entre 6 e 8 horas por noite, de forma contínua. Crianças e adolescentes precisam de ainda mais tempo.
🌍 Um pilar da saúde
A American Heart Association já considera o sono um dos pilares da saúde cardiovascular, ao lado da boa alimentação e da prática regular de atividade física. No Brasil, a Academia Brasileira do Sono também reforça a importância do tema.
“Dormir bem não é luxo, é necessidade fisiológica. O sono de qualidade funciona como remédio natural para o coração e para o cérebro”, resume o neurologista Ricardo Lemos.
Por Aline Dantas










