Uma pesquisa recente publicada em 23 de julho pode representar um avanço significativo na compreensão e potencial prevenção do transtorno do espectro autista (TEA). O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, explorou a relação entre componentes presentes no sangue do cordão umbilical e o desenvolvimento do TEA em crianças, oferecendo novos insights que podem mudar o panorama da ciência e da saúde humana.
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Para realizar a pesquisa, os cientistas coletaram e preservaram amostras de sangue do cordão umbilical de 200 recém-nascidos. Com o apoio das mães, os pesquisadores acompanharam o desenvolvimento das crianças até os 6 anos de idade, avaliando a presença de sintomas de TEA. Os resultados revelaram a presença de um composto específico, chamado diHETrE, que pode ter “fortes implicações” na gravidade do autismo.
Os níveis elevados de diHETrE foram associados a dificuldades de interação social, enquanto níveis mais baixos do composto mostraram uma correlação com comportamentos repetitivos e restritivos. Um dado particularmente relevante foi que essa relação se mostrou mais acentuada em meninas do que em meninos, sugerindo possíveis diferenças de gênero na manifestação do transtorno.
Com base nessas descobertas, os pesquisadores sugerem que a medição dos níveis de diHETrE ao nascimento pode se tornar uma ferramenta valiosa para prever o risco de desenvolvimento de autismo. Além disso, propõem a possibilidade de inibir o metabolismo do diHETrE durante a gravidez como uma estratégia preventiva. No entanto, os autores do estudo destacam a necessidade de mais pesquisas para confirmar essas hipóteses e avançar na compreensão do TEA.
O estudo completo foi publicado na revista científica Psychiatry and Clinical Neurosciences e pode ser acessado para mais detalhes.
Embora a descoberta seja promissora, os pesquisadores ressaltam que ainda há um longo caminho a percorrer para entender plenamente o autismo e outros transtornos neurológicos.
Por Heloísa Mendelshon