O medicamento donanemabe (Kisunla), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, passou a ser aplicado no Brasil em pacientes com Alzheimer em estágio inicial, após a aprovação de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no fim de julho.
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A aplicação é feita por infusão intravenosa e está disponível apenas na rede privada de saúde. O tratamento é indicado para pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência inicial leve, sem perda funcional significativa.
💰 Como é o tratamento?
De acordo com protocolo aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em abril, o esquema segue duas fases:
• Primeiros 3 meses: duas ampolas mensais, ao custo de R$ 5 mil a R$ 6 mil cada;
• A partir do 4º mês até o 18º: quatro ampolas mensais, elevando o custo mensal para R$ 20 mil a R$ 24 mil.
Segundo o neurologista Fábio Porto, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) em São Paulo, o ciclo geralmente se encerra em 18 meses.
🔬 Como age o medicamento?
O donanemabe não cura o Alzheimer, mas pode desacelerar a progressão da doença, proporcionando mais qualidade de vida, autonomia e tempo de independência.
O anticorpo age diretamente sobre as placas de beta-amiloide, proteínas associadas ao processo degenerativo da doença. Ao se ligar a elas, desencadeia uma reação inflamatória controlada que promove a limpeza dessas proteínas no cérebro.
👩⚕️ Quem pode receber a medicação?
O tratamento está restrito, no Brasil, à rede privada. No SUS, ainda não há previsão de disponibilidade, permanecendo em uso medicamentos como donepezila, rivastigmina, galantamina e memantina, que oferecem apenas alívio sintomático.
Podem receber o donanemabe:
• Pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência inicial leve por Alzheimer;
• Pacientes com presença de beta-amiloide comprovada por PET ou líquor;
• Indivíduos não homozigotos para APOE4;
• Pessoas com ressonância magnética inicial sem sinais de ARIA (edema cerebral ou micro-hemorragias).
🚫 Quem não deve usar
O medicamento não é indicado para pacientes com:
• Demência em estágio moderado;
• Angiopatia amiloide ou histórico de micro-hemorragias/ARIA;
• Homozigotos para o gene APOE4;
• Uso de determinados anticoagulantes.
📈 Avanço terapêutico
Em nota, a Eli Lilly afirmou que a chegada do medicamento ao Brasil representa “um avanço importante no tratamento da doença de Alzheimer”.
A farmacêutica destacou ainda que, em estudos clínicos, o donanemabe reduziu em 35% o declínio cognitivo em pacientes com Alzheimer em estágio inicial.
O uso, no entanto, é restrito a estabelecimentos de saúde e requer acompanhamento médico rigoroso.
🧪 Novas terapias em análise
A Anvisa também analisa o lecanemabe, já aprovado pela FDA nos Estados Unidos. O medicamento é aplicado a cada 15 dias e combate protofibrilas de beta-amiloide.
Nos EUA, uma versão subcutânea semanal autoinjetável foi recentemente aprovada, permitindo substituir as infusões após 18 meses de tratamento.
🤝 Cuidado integrado
Especialistas reforçam que os avanços farmacológicos não substituem o cuidado global com o paciente. Atividade física, terapia ocupacional, reabilitação cognitiva e estimulação seguem fundamentais para preservar a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes.
Por Nicolas Uchoa










