O biomédico e especialista em biologia molecular Matheus Henrique Dias está à frente de uma pesquisa inovadora no combate ao câncer, desenvolvida no Instituto do Câncer da Holanda. Ao contrário das abordagens tradicionais que visam interromper a multiplicação das células cancerígenas, a nova estratégia busca estimular essas células até sobrecarregá-las, levando-as à morte.
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Os testes em pacientes estão programados para começar no início de 2025, e o estudo será conduzido em solo europeu. Em entrevista ao g1, Matheus explicou o potencial revolucionário da pesquisa e o prazo para que, se bem-sucedida, possa chegar aos hospitais. “Em cerca de três a cinco anos, caso os testes tenham sucesso, poderemos ver isso aplicado no tratamento clínico”, afirmou. O primeiro alvo dos testes será o câncer de intestino, mas a técnica promete ser aplicável a diversos tipos de câncer e combinações de medicamentos.
Com doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado no Instituto Butantan, Matheus Dias está há cinco anos realizando estudos no Instituto holandês. Ele explicou em detalhes a ideia por trás da pesquisa: “Se imaginarmos as células cancerígenas como carros andando rápido demais, em vez de tentar freá-los, nós damos mais combustível, algo como combustível de foguete, fazendo com que eles superaqueçam. Ao mesmo tempo, usamos uma segunda droga que desativa o sistema de refrigeração, levando o carro — ou, no caso, as células — a um colapso”.
A pesquisa, que já foi destacada por revistas científicas importantes, como a “Cancer Discovery”, desafia as abordagens tradicionais de tratamento, como a quimioterapia e radioterapia. A inspiração para essa nova possibilidade de tratamento surgiu a partir da observação de que um estimulante, aplicado durante testes, causava um efeito inesperado: as células cancerígenas, em vez de se multiplicarem indefinidamente, acabavam parando.
Por Heloísa Mendelshon