A Universidade Regional do Cariri (URCA) recebeu nesta semana uma equipe de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) para uma série de atividades de campo e cooperação científica voltadas ao estudo da Bacia do Araripe, uma das mais importantes regiões fossilíferas do Brasil.
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A comitiva da UnB foi composta pelos pesquisadores Dr. Demerval do Carmo, Dr. Luiz Saturnino e Dra. Edi Guimarães, que trabalharam em conjunto com a equipe da URCA, formada pelo Prof. Dr. Antônio Álamo Feitosa Saraiva, coordenador do Laboratório de Paleontologia, o Dr. Lucas Antônieto, pesquisador visitante do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, e a estudante Adelane da Silva, bolsista de iniciação científica do curso de Ciências Biológicas.
🗺️ Mapeamento de novas áreas fossilíferas
As atividades realizadas têm como foco o mapeamento de novas áreas fossilíferas próximas à Bacia do Araripe. O objetivo é identificar registros de fauna e flora pretéritas em regiões ainda pouco exploradas, ampliando o conhecimento sobre a distribuição de organismos antigos tanto na Bacia do Araripe quanto em bacias sedimentares vizinhas.
Segundo os pesquisadores, o trabalho contribui para o avanço da paleontologia regional e para a compreensão da evolução biológica e geológica do Nordeste brasileiro.
🎁 Doação de fósseis raros
Durante a visita, o professor Demerval do Aparecido, da UnB, realizou a doação de espécimes fósseis de grande relevância científica ao Laboratório de Paleontologia da URCA. O material inclui estromatólitos e icnofósseis do Proterozoico e do Devoniano, provenientes de diversas bacias do Centro-Oeste do país, além de exemplares da espécie Corumbella werneri, do Período Ediacarano — considerada um dos primeiros animais com esqueleto mineralizado do planeta.
Esse organismo marinho, com aproximadamente 543 milhões de anos, possui uma carapaça articulada formada por anéis poligonais e representa um importante marco evolutivo entre os primeiros metazoários, fornecendo valiosos indícios sobre a origem dos animais multicelulares.
🧬 Acervo enriquecido e novas possibilidades de ensino
O material doado agora passa a integrar o acervo didático e científico do Laboratório de Paleontologia da URCA, ampliando as possibilidades de estudo e pesquisa. As peças serão utilizadas em aulas práticas das disciplinas de Paleontologia e Geologia, permitindo que estudantes de licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas tenham acesso direto a fósseis raros — como os estromatólitos — que antes não faziam parte da coleção institucional.
Nos últimos anos, o laboratório tem recebido doações significativas que fortalecem o ensino e a pesquisa na área. Entre elas, destacam-se fósseis de amonóides da Antártica, cedidos pelo Museu Nacional (UFRJ), e icnofósseis de trilobitas e túneis da Formação Pimenteiras, doados pelo Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Por Heloísa Mendelshon










