A primeira semana de maio registrou volume médio acumulado de chuva de 44,1 milímetros, conforme balanço parcial da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O índice representa quase 50% da normal climatológica para o mês, que é de 90,6 mm. Os dados podem sofrer atualização.
Maio é o último mês da quadra chuvosa no Ceará, período iniciado em fevereiro. Neste ano, o trimestre fevereiro-abril fechou com pluviometria abaixo da média. O acumulo médio no referido trimestre foi de 433 milímetros, o que representa 13,2% abaixo da normal climatológica (510,1 mm).
As precipitações neste início de mês estão dentro da previsão dos especialistas. No final de abril, Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme, havia projetado que “na primeira semana de maio os volumes podiam alcançar volumes entre 30 a 60 milímetros em boa parte do Estado”.
Litoral se destaca
Entre os dias 1º a 8 de maio, a região do Litoral de Fortaleza foi a que recebeu o maior volume de chuva. Ela, inclusive, é a única cuja pluviometria já ultrapassou a normal climatológica para todo o mês. Ainda segundo dados da Funceme, o acumulado até a agora é de 166,1 milímetros, o que representa 11,9% acima da média (148,4).
Em Fortaleza, a última semana foi marcada por chuvas constantes e, em alguns dias, com intensa pluviometria, causando alagamentos e inundações em alguns bairros da cidade.
Em seguida, as regiões com maiores volumes acumulados são Maciço de Baturité (109 mm), Jaguaribana (89,4 mm) e Litoral Norte (84,8%).
O Cariri é a região com menor volume acumulado, com apenas 19 milímetros. A normal climatológica para a região, em maio, é de 63,6 mm. Ou seja, até agora, choveu pouco menos de 30% da média.
Confira os números:
• Litoral de Fortaleza: 166,1 mm (11,9% acima da média mensal)
• Maciço de Baturité: 109 mm (20,2% abaixo da média mensal)
• Jaguaribana: 89,4 mm (10,9% abaixo da média mensal)
• Litoral Norte: 84,8 (28,9% abaixo da média mensal)
• Ibiapaba: 68,9 mm (27,9% abaixo da média mensal)
• Litoral de Pecém: 64,8 (41,7% abaixo da média mensal)
• Sertão Central e Inhamuns: 69,6 mm (33,2% abaixo da média mensal)
• Cariri: 19 mm (70,2% abaixo da média mensal)
Maio tem histórico de chuvas reduzidas
Dentre os quatro meses que compõem a quadra chuvosa, maio é o que possui menor média pluviométrica, atrás de fevereiro (118,6 mm), março (203,4 mm) e abril (188 mm). Além disso, nos últimos dez anos, apenas em uma oportunidade o mês encerrou com chuvas acima da média: no ano de 2013.
Em todos os outros anos deste recorte temporal, a normal climatológica para o mês não foi alcançada. Em 2012, 2015 e 2016 choveu menos do que o já registrado neste ano de 2021. Veja o volume, para o mês de maio, da última década:
• 2021: 44,1 mm (*até o dia 8 de maio)
• 2020: 82,7 mm (- 8.7%)
• 2019: 76,6 mm (- 15.4%)
• 2018: 58,6 mm (- 35.3 %)
• 2017: 64,2 mm (- 29.1 %)
• 2016: 43,6 mm (- 51.9 %)
• 2015: 36,7 mm (- 59.5%)
• 2014: 85,1 mm (- 6.1%)
• 2013: 92,2 mm (+ 1.8%)
• 2012: 18,6 mm (- 79.5%)
Previsão para os próximos dias
Conforme prognóstico da Funceme, a semana deve iniciar com tendência de chuva no Centro-Norte do Estado. “De um modo geral, as precipitações deverão ser com intensidade de fraca a moderada, de caráter passageira e pontuais”, detalhou o órgão.
Já a faixa litorânea a chuva deverá ocorrer no período da madrugada e manhã, enquanto nas demais regiões acontecerão ao longo do dia. Para a terça-feira (11), a previsão é mesma, isto é, nebulosidade variável com chuva isolada na faixa litorânea, no Maciço de Baturité e na Ibiapaba. Na região Jaguaribana, possibilidade de chuva.
No Ceará, há nuvens associadas a chuva no norte do estado em razão da presença de áreas de instabilidade que se formam no oceano Atlântico e se deslocam em direção ao continente, diz Funceme.
Por André Costa
Fonte: Diário do Nordeste