Pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca) resgataram, nesta quarta-feira (12), os maiores troncos fósseis já encontrados na Bacia do Araripe. A idade das peças é estimada em cerca de 145 milhões de anos. O material está exposto na praça próxima ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri. Foram necessários dois dias para realizar o transporte dos fósseis para o local.
A expectativa é que sejam feitos estudos sobre microestruturas e composição celular do material, considerado do período Jurássico.
As peças foram resgatadas do sítio Poço do Pau, na zona rural de Brejo Santo, e levadas ao município de Santana do Cariri. Além da Urca e do Museu de Paleontologia, participaram do resgate o Geopark Araripe e a Prefeitura Municipal de Santana do Cariri.
“Esses troncos foram identificados em uma atividade de campo. Estamos sempre andando na região, fazendo pesquisa. Desse volume, foi a primeira vez”, explica o diretor do museu Plácido Cidade Nuvens, Allysson Pontes Pinheiro.
Estudos
Foram encontradas três peças maiores, que chegam a três toneladas cada, além de partes menores. Os estudos para avaliar se os materiais fazem parte da mesma árvore ainda serão feitos. “Agora, vamos explorar de forma mais específica para entender tudo”, ressalta Allysson.
Segundo ele, foram necessários dois dias para realizar o embarque e o desembarque do material, realizados com caminhões. “Foi até um trabalho perigoso devido ao tamanho das peças. Mas, felizmente, deu tudo certo. Agora, vamos realizar o trabalho de limpeza para levá-lo ao Plácido Cidade Nuvens”.
Pré-histórico
Ainda não é possível ter certeza da origem do material, mas os pesquisadores acreditam que as peças pertencem à família da Araucariaceae, gimnospermas ainda existentes na natureza, mas que atingiram maior diversidade nos períodos Jurássico e Cretáceo. Porém, somente após análise, será possível identificar a idade mais aproximada dos troncos.
“O material será importante ferramenta de estudos da condução de água e ecologia da planta a partir da observação das estruturas da espécie”, ressalta a paleontóloga Edenilce Peixoto Batista.
Fonte: Diário do Nordeste