Um personal trainer com fobia de agulha desmaiou durante a aplicação da vacina contra a Covid-19 em Juazeiro no Norte. A imagem de Humberto José de Figueiredo, de 28 anos, recebendo a imunizante foi publicada em rede social por um amigo e já foi vista mais de três milhões de vezes.
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No vídeo, Humberto aparece sentado em uma cadeira na unidade básica de saúde São Miguel, local que estava agendado. Ele conversa com uma profissional de saúde, que tenta desviar a atenção dele, enquanto outra profissional aplica a vacina Coronavac no braço do jovem. Assista:
Momentos após a vacina ser aplicada, o personal desmaia nos braços da tia Sebastiana Aguida de Souza, que o acompanhou para a imunização. Os profissionais conseguem acordar Humberto logo em seguida e ele chega a tremer atordoado.
A cena foi registrada pelo amigo de Humberto, João Paulo Duarte Sabiá, que também estava no local e postou o vídeo em uma rede social. Segundo o personal, com a repercussão nas redes sociais do amigo ele decidiu postar também, como uma forma de demonstrar a superação.
“A princípio eu não queria que postassem em nenhuma rede social, mas um amigo meu foi e colocou na rede dele. Em menos de dois dias deu três milhões de visualizações e o povo começou a me procurar, entrar em contato comigo, mandando mensagem agradecendo, contando o próprio medo. Eu vi que aquilo estava sendo bom para mim e bom para eles também. Vejo que muita gente se identifica”, relata Humberto.
O educador físico diz que o medo de agulha vem desde a infância e já causou várias situações. Ele afirma que já pensa como será para tomar a segunda dose do imunizante.
“Não sou muito de tomar vacina, toda vida que falavam em tomar vacina eu corria léguas para não tomar. Só que essa é a vida que está em jogo, uma hora ou outra eu tenho que tomar, tomei e estou pensando como vou tomar a segunda dose, porque não é mole, não”, disse o educador físico.
Aicmofobia
A psicóloga Priscila Soares explica que o medo inconsciente de agulhas e objetos muito pontiagudos é chamado de aicmofobia.
“Começa com o medo, aí vem a sudorese, a taquicardia, a visão turva, sempre que você sabe que vai passar por alguma situação que vai envolver agulha. Se torna mais grave quando acontece o que aconteceu com o Humberto, que ele chegou a desmaiar. Isso foi uma resposta do organismo dele que ele precisa apagar nesse momento para que ele consiga passar por essa situação”, disse Priscila.
De acordo com a psicóloga, 10 a cada 100 pessoas podem desenvolver os sintomas da aicmofobia e é necessário a pessoa fazer um acompanhamento para tratar esse medo.
“É necessário que exista um acompanhamento psiquiátrico e psicológico, para que juntos se descubra o tratamento mais adequado e que o paciente consiga lidar com esse tipo de acontecimento de uma forma mais leve”, afirma Priscila Soares.
Fonte: g1 CE