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Nova mestra da cultura do Ceará comanda um grupo de coco feminino há 40 anos, em Crato

É precisamente no bairro Gisélia Pinheiro (Batateira) que a mestra do coco e rezadeira partilha seus saberes ancestrais

17 de dezembro de 2019
Nova mestra da cultura do Ceará comanda um grupo de coco feminino há 40 anos, em Crato

A mestra Edite, natural de Pernambuco, aprendeu tudo sobre o coco de roça no Ceará (Foto: Fabiane de Paula)

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Edite teve pressa para chegar ao mundo. Não esperou nem a mãe voltar do trabalho na roça para nascer. Agricultora que era, Dona Salvelina começou a sentir os sinais da novidade enquanto apanhava fava. Sozinha, ela deitou no chão de terra amarelinha da cidade de Bom Conselho, no agreste pernambucano, onde foi fortaleza até a criança, que mais tarde viria a se tornar mestra da cultura no Ceará, aparecer.

O primeiro a encontrar mãe e rebento foi o pai, José, que chegou logo após o parto e, surpreso com a situação, correu para pedir ajuda à sogra Vicença. No bolso, a avó de Edite carregava um chifre de bode cheio de algodão, além de uma faquinha amolada com a qual cortou o umbigo da bebê. “Eu tive foi sorte que não morri”, diz a neta sobre aquele 6 de agosto de 1940.

Concluída a pequena cirurgia ao pé da serra, dona Vicença pegou a barra da saia para fazer um balaio e, com os retalhos de sua roupa e da filha Salvelina, envolveu a recém-nascida para finalmente levá-la. As expectativas para a criança “vingar” não eram muitas.

“E a bichinha vai morrer? E morre, não morre. Minha vó rezava muito, aprendi com ela e hoje rezo nas crianças que vão lá em casa. O que cura é a fé da pessoa que pede. Só sei que me curaram. No fim, foi simbora minha vó, minha mãe, meu pai, ficou só eu… É linda essa história, né?”, conta Edite, hoje aos 79 anos.

A pernambucana, formada cearense após cinco décadas vivendo aqui, na cidade do Crato, herdou a agonia daqueles dias e ainda mantém um ritmo apressado em seu cotidiano. Até para conceder entrevista, ela cronometra o tempo. “Já ligou o gravador? Melhor começar logo a perguntar, antes que o pessoal me chame”, disse, apressada, num intervalo de atividades do XIII Encontro Mestres do Mundo, em Sobral.

A sabedoria da mestra foi reconhecida no XIII Encontro Mestres do Mundo, em Sobral (Foto: Fabiane de Paula)

Dona Edite foi até lá para receber dois diplomas: o de Mestre da Cultura pela Secult e o de Notório Saber pela Universidade Estadual do Ceará, ambos como um reconhecimento à tradição do coco de roça, expressão que desenvolve há 40 anos no bairro Batateiras.

“Essa coisa do coco foi toda aqui. Em Pernambuco tinha, mas eu não conhecia, não sabia nada de coco lá. Aqui o grupo foi criado em 1979, dez anos após a minha chegada. Não tinha ninguém da minha família que dançava. Eles sabiam as músicas, mas não sabiam dançar. Nem eu”, contextualiza. “Mas o coco foi um dos filhos que eu não senti a dor pra nascer, mas senti o amor de criar”, completa.

Tradição
Quando começou a dar aulas pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), Edite conheceu Antônia Selma Gomes. A amiga sabia todas as toeiras (canções) e, juntas, as duas cativaram os estudantes para formar um grupo e realizar algumas apresentações pela cidade. No primeiro ano, dançaram no Dia do Folclore, na ExpoCrato e na abertura da festa de Nossa Senhora da Penha. À pernambucana cabia a parte de coordenação, visto que ainda estava engatinhando na atividade artística.

Anos depois, com o fim do Mobral e a morte precoce de Selma em um acidente, Edite teve de conquistar a mãe da colega para cantar no grupo, além de levar a cultura do coco para a comunidade em que vivia. Lá, nascia para o mundo as Agentes do Coco – Mulheres da Batateira, inicialmente constituído por 17 participantes, número mantido até hoje, com algumas substituições.

O amor de Edite pelo coco atravessa gerações. Ao lado, ela dança com a bisneta Ana Laís, 8 anos (Foto: Fabiane de Paula)

“Aprendi tudo ouvindo e ajudando. Hoje eu já tô é dançando, cantando as toeiras sozinha”, afirma, ao tempo que emenda uma das canções de roça: “Tá no pendão do milho, no pendão do milho, no pendão do milho, passarim não canta mais”. A dança pode ser em roda ou em pares, e a pisada é acompanhada de instrumentos como triângulo, zabumba e pandeiro. Este último, aliás, é um dos que Edite não solta.

Conquistas
O trabalho que a mestra realizava com o coco se expandia à medida que ela se integrava a outras funções na comunidade. “Me chamavam de representante do bairro, porque eu tava cuidando do povo mais pobre. Depois eu fui ser uma presidente da sociedade, uma professora numa escolinha maior do que o Mobral, fui secretária do Sindicato do Trabalhador Rural e também de outra entidade chamada Trabalhadores Orgânicos”, recorda.

O engajamento foi importante para que ela se consolidasse como referência entre as mulheres do coco também. Hoje, ela olha para as companheiras, a maioria em sua faixa etária, como se fossem suas filhas. “Quando digo ‘vamo fazer isso’, todo mundo faz. Quando digo ‘não vamos fazer’, ninguém faz”, orgulha-se.

Receber o reconhecimento pela Secretaria de Cultura do Estado e pela Universidade Estadual do Ceará são conquistas celebradas.

“Esse título é tudo na minha vida. É meu saber, a prova do meu trabalho, e também um dinheirinho que a gente recebe todo mês. A professora do colégio do meu bairro já disse que se eu recebesse esse diploma – que vale que nem o diploma de um doutor, é uma formatura, posso me chamar até Doutora Edite – eu ia ficar contratada pelo Município para dar aula na escola dela, onde ela ensina”, comemora.

Ainda que as pernas não aguentem mais dançar por tanto tempo, a mestra cultiva um sonho da tradição: reformar o seu terreiro. “Eu queria agora era levantar umas colunas e fazer uma coberta por cima”. Lá, ela pretende abraçar diariamente os filhos, netos e bisnetos de sangue, e também aqueles de coração. Atendido esse desejo, o coco que aprendeu no Ceará e a reza que trouxe de Pernambuco guiarão as terreiradas sem fim do bairro Batateira.

Por Roberta Souza

Fonte: Diário do Nordeste

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