Os 150 anos de ordenação do Padre Cícero será o tema de exposição no Museu do Louvre, em Paris, na França, no mês de outubro. Ainda sem data definida, alguns artefatos pessoais do sacerdote ficarão à mostra por um período de uma semana. A iniciativa é do jornalista e produtor cultural Marcelo Fraga, que será condecorado pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture.
O convite partiu da jornalista brasileira Diva Pavesi, que mora há 35 anos na França e preside a Divine Académie, na capital francesa. Seu trabalho é realizar intercâmbios culturais com outros países. Os dois tiveram contato no Rio de Janeiro, onde Marcelo realiza exposições e eventos sobre o Padre Cícero e a cultura nordestina.
Objetos expostos
O produtor cultural escolheu quatro artefatos para expor no Museu. Uma delas é uma escultura de madeira de 15 centímetros do Padre Cícero feita pelo renomado artesão Mestre Noza, falecido em 1983, e que batiza um dos mais importantes centros de artesanato do Brasil.
Completam a coleção uma escrivaninha que pertenceu ao sacerdote, seu título de eleitor, ainda preservado, e uma pintura, que ainda será feita pela artista plástica Helaine Medonça. “Quero levar o Padre Cícero porque ele é pai de tudo. Ele está no meio ambiente, na economia criativa. Deu o pontapé a Juazeiro”, justifica Marcelo.
Natural do Paraná, Marcelo visitou Juazeiro do Norte, pela primeira vez, há 20 anos. Como repórter e produtor, conheceu a cidade e a história do patriarca do município. Ao publicar um dos primeiros gibis e livros de bolso do Padre Cícero, teve contato com outras relíquias do sacerdote.
Há cerca de 18 anos, o jornalista adquiriu parte dos objetos pessoais do “padrinho”, como é aclamado pelos romeiros, que estavam sendo guardados por Generosa Alencar, órfã criada pelo Padre Cícero. Após sua morte, este material ficou com a professora Fátima Menezes, que decidiu vendê-los. “Não ia deixar esse material sair para alguém de fora. Comprei todo o acervo e comecei a fazer exposições”, enfatiza.
Alguns destes itens do Padre Cícero foram expostos em unidades do Sesc no Rio de Janeiro por dois anos e foram visitados por aproximadamente 150 mil pessoas. As mostras abordavam temas como meio ambiente, religiosidade, economia criativa do Nordeste, artesanato, entre outros.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste