O mestre da cultura Francisco Gomes Novais, o “Mestre Nena”, de 71 anos, denunciou ter sido agredido por policiais militares durante uma abordagem na casa do filho dele, no Bairro João Cabral, em Juazeiro do Norte. Nesta sexta-feira (27) ele foi ouvido Controladoria Geral de Disciplina (CGD).
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Mestre Nena faz parte do grupo “Bacamarteiros da Paz”, uma das mais tradicionais manifestações folclóricas do Nordeste, sendo considerado um Tesouro Vivo no Ceará.
Conforme Francieldo Ribeiro Novais, filho do mestre da cultura, que também afirmou ter sido agredido, a ocorrência começou quando agentes do Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) chegaram à residência deles no sábado (21), com a justificativa de que iriam fazer buscas de armas e drogas.
Durante a ação, Francieldo que questionou se os policiais tinham mandado de busca e, no momento que foi fazer uma ligação, passou a ser agredido.
“Após eu virar, ele já foi dando nos meus peitos e socando, dizendo que eu estava inflamando a área e eu disse que não fiz nada, apenas iria fazer uma ligação e ele achou ruim. Eu sei dos meus direitos. Novamente ele veio me agarrando pelo pescoço, o outro torceu meu braço direito e foi levantando, outro pegou na mão esquerda e outro levantou as minhas pernas. Nisso eu fiquei sem ar”, disse Francieldo.
Segundo Mestre Nena, ela soube que a polícia estava na casa do filho e foi ao local para saber o que estava ocorrendo.
“Quando eu cheguei, o policial de onde estava atrás do meu filho disse ‘o que é que tu vem buscar aqui, velho? Não venha não que eu atiro’ Eu disse a ele que estava atrás de saber o que estava acontecendo com meu filho e com a minha filha, porque eles não devem, se eles não devem eu venho procurar”, falou Mestre Nena.
Ainda conforme o mestre da cultura, um dos policiais atirou na direção que ele estava. O tiro não o atingiu, mas logo em seguida ele foi agredido.
“Ele respondeu ‘não conversa não, que eu atiro’. Aí atirou. O tiro não foi para me intimidar. Quando eu olhei mais para frente, ele botou a arma na cintura e começou a bater em mim. Veio para me chutar, chutou, mas não pegou, porque eu me defendi e pegou nos meus dedos”, relatou.
Depois do episódio, os policiais foram embora e a família de Mestre Nena denunciou o caso na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte.
Investigação
A Secretaria da Cultura do Estado (Secult) e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social divulgaram uma nota informando que estão cientes da ocorrência.
“As duas secretarias estão acompanhando a investigação e, diante dos fatos esclarecidos, serão tomadas as providências cabíveis”.
Em um vídeo publicado na página do grupo “Bacamarteiros da Paz” a advogada Luciana Dantas, que representa a família do Mestre da Cultura, mostrou o projétil disparado por um dos policiais. Ela entregou um ofício solicitando que haja a comparação balística com as armas usadas pelos agentes durante a abordagem.
Fonte: g1 CE