O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) firmou parceria com a Universidade Federal do Cariri (UFCA) e outras quatro universidades federais do País para que sejam feitas análises e propostas de ações que fomentem as macrorregiões onde estão inseridas. No caso da instituição cearense, visa estudar o desenvolvimento da Região Metropolitana do Cariri (RMC), formada por nove municípios, e auxiliar sua gestão integrada.
Os trabalhos estão incluídos no Programa de Fortalecimento das Capacidades Governativas dos Entes Subnacionais (PFCG), instituído em 2019. “A nossa finalidade é mobilizar políticas, ações, instrumentos e parcerias para criar um ambiente colaborativo voltado à ampliação das capacidades de gestão e da sustentabilidade institucional dos entes federados”, explica o coordenador da ação no MDR, João Mendes. O investimento total é de R$ 649 mil pelo Governo Federal.
No caso da UFCA, a instituição vai analisar a governança interfederativa na Região Metropolitana do Cariri, formada por Barbalha, Caririaçu, Crato, Juazeiro do Norte, Jardim, Missão Velha, Farias Brito, Nova Olinda, Santana do Cariri, com ênfase no fortalecimento desses municípios para a gestão integrada. Ao todo, a universidade receberá R$ 130 mil para desenvolver o trabalho em até dez meses.
O professor Raniere Moreira, detalha que será feito um diagnóstico das cidades e a perspectiva para uma gestão integrada. “Até que ponto estão preparados? Qual a capacidade de gestão? Vamos identificar os potenciais e as lacuna”, explica.
Na prática, o trabalho contará com professores e bolsistas que, de janeiro a outubro, vão entrevistar os gestores das noves cidades que integram a RMC e atores importantes da sociedade civil, que participaram do processo de sua criação. “A gente está desenhando a metodologia por conta da pandemia”, pondera Moreira.
De antemão, o professor já enxerga alguns problemas na atual gestão da RMC. “Desde a criação, a gente vê, de 2019 para cá, poucas ações no conjunto que acompanha este processo e também por parte do Governo do Estado”, exemplifica. Outra situação identificada é o que chama de ‘desigualdades intrarregionais’, que são, por exemplo, a diferença no crescimento populacional e no Produto Interno Bruno (PIB) de cada município.
“A Região Metropolitana foi criada, por lei, para descentralizar ações que ficavam em Fortaleza e nisso cumpriu, em alguma medida, mas para que se consolide, precisa olhar para desigualdades de municípios que estão muito distintos. Isso não inviabiliza a RMC, mas é uma característica olhada com atenção sobre o risco de não ter integração”, completa Moreira.
As outras intituições beneficiadas são: Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), no Pará, e a Universidade de Brasília (UnB), no Distrito Federal.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste