Profissionais de saúde de Independência, no interior do Ceará, aplicaram a segunda dose da CoronaVac em uma idosa seis dias após a primeira, sem saber que ela já havia sido recebido a primeira vez. A recomendação é que o intervalo entre as aplicações seja de 14 a 28 dias.
A Secretaria da Saúde afirmou que houve um engano na aplicação da dose e que agendou uma terceira vacinação para Francisca Soares.
De acordo com Maria Rozélia Bezerra, filha de Francisca Soares e profissional da saúde de Independência, a mãe dela recebeu uma dose de CoronaVac em 12 de março e a segunda no dia 18. Quando recebeu a visita dos profissionais para receber a segunda vacina, Francisca acreditava que receberia a segunda dose, suficiente para completa a imunização.
“Depois que aplicaram foi que minha mãe falou: ‘Já é a segunda dose?’, e os profissionais da saúde responderam que seria a primeira”, explica a filha.
Os profissionais que aplicaram a segunda dose não estavam cientes de que ela havia recebido o imunizante seis dias antes, conforme a Secretaria da Saúde.
Com o engano, Francisca foi informada de que receberia uma terceira dose da vacina, agendada para ser aplicada em 15 de abril. “Um desperdício de vacina, com tantas poucas doses, tanta gente precisando”, diz a filha.
A filha de Francisca reclama também que a mãe, de 80 anos, demorou a receber a aplicação do imunizante. Quando ela recebeu a primeira visita para ter a CoronaVac, outras pessoas de 75 anos já eram imunizadas.
A secretaria afirma que a aplicação da dose segue critérios do plano de imunização e que são utilizadas na medida em que chegam as doses.
A família de Francisca teme também que a aplicação da terceira dose possa resultar em efeitos colaterais. “Principalmente porque tem outras comorbidades, ela já é hipertensa. Essa dupla dose no intervalo de menos de sete dias pode ser um risco tremendo”, diz a filha.
Fonte: G1 CE