Comentários classificados como racistas e homofóbicos gravados em áudio pelo dono de um restaurante do Crato circulam nas redes sociais desde a semana passada. Na mensagem o homem reclama dos direitos de empregadas domésticas e diz que “tem que acabar com os viados, matar esses viados”.
Sete organizações de defesa dos direitos LGBTI+ organizaram ato em frente ao restaurante na noite deste domingo (15) na Praça da Sé, no Centro. Uma das manifestações foi um “beijaço”.
O áudio foi reproduzido em uma caixa de som. Com bandeiras, leques temáticos e palavras de ordem, os manifestantes defenderam “a livre forma de amar” e repudiaram os supostos comentários racistas, machistas, e LGBTfóbicos.
A professora da URCA, Zuleide Queiroz, destacou que ato foi descrito como pacífico, mas de resistência. “Nós estamos aqui […] para dizer que não vamos aceitar intolerância, não vamos aceitar que pessoas daqui, da região do Cariri, possam dizer que nossos LGBTs merecem ser mortos, que nossos filhos merecem ser mortos, essa praça é nossa!”.
A fotógrafa Nívia Uchôa, salienta que o ato “discutiu sobre o conservadorismo, que está a todo vapor no XXI, onde a sociedade precisa discutir sobre direitos humanos. […] Ainda vivemos em um país democrático. Não podemos deixar ser oprimidos pelo discurso de ódio”.
Em uma postagem em rede social, o empresário disse que as mensagens foram mal interpretadas e retiradas de contexto. Ele pediu desculpas às pessoas que pudessem ter se sentido ofendidas com o conteúdo dos áudios.
Racismo e homofobia são crimes no Brasil. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode resultar em pena de um a três anos de prisão e multa.
Por Sarah Gomes
Fonte: Miséria