Um fóssil brasileiro datado em 100 milhões de anos foi entregue à Universidade Regional do Cariri (Urca) na tarde desta quarta-feira (11). O item foi retirado do Brasil clandestinamente, passou por um leilão ilegal, mas foi recuperado e cedido ao Museu de Fósseis de Santana do Cariri pelo Ministério Público Federal (MPF). A cerimônia de entrega aconteceu na sede do Órgão em Juazeiro do Norte.
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A assinatura do protocolo de entrega da peça contou com a participação do procurador do MPF, Celso Leal, e de representantes da Urca. O diretor do museu de paleontologia, Alisson Pinheiro, afirmou que o retorno do fóssil é motivo de alegria, mas lamentou o fato da peça ter saído do país.
“São sentimentos que se contrastam nesse momento. De alegria por saber que nossas instituições estão funcionando, que a gente está conseguindo ter vitórias expressivas na defesa do nosso patrimônio, mas triste pela situação dessa peça ter saído daqui”, disse.
Pinheiro ressalta que o trabalho continua no sentido de repatriar outras peças que seguem fora do Brasil. “É um trabalho incansável. Temos com muita frequência as denúncias de peças que são levadas para serem comercializadas fora e a expectativa é boa para o retorno das demais”, frisou.
Apesar de estar em um estado de preservação considerado excepcional, o diretor lembrou que o fóssil vai ser alvo de estudo que vai ser comunicado posteriormente para a comunidade científica. “É um pedacinho da história da vida do planeta que a gente consegue recontar a partir dela. Cada peça que chega ajuda a gente a montar esse quebra cabeça e entender como chegamos até aqui”, finaliza Alisson Pinheiro.
A peça histórica é datada do período Cretáceo e estava sendo comercializada de forma ilegal, por meio de um site de leilões na Itália. A devolução do espécime ao Brasil é resultado de procedimento instaurado pelo MPF em Juazeiro do Norte, também na região do Cariri, em 2020.
A partir desta quarta-feira, a peça passa a compor o acervo do Museu de Fósseis de Santana do Cariri, que é gerido pela Urca. O peixe fossilizado tem origem na Chapada do Araripe, no Cariri cearense.
O artefato recuperado pelo MPF pertence ao grupo de formação fóssil Santana, um dos principais sítios paleontológicos do mundo e reconhecidamente uma das jazidas fossilíferas com a maior diversidade de material excepcionalmente preservado. Na peça, por exemplo, é possível notar a riqueza de detalhes de tecido mole e até as escamas do peixe.
Fonte: g1 CE