Mais de 200 insetos fossilizados retirados do Ceará são oferecidos em um portal nos Estados Unidos. Uma libélula fossilizada encontrada da Chapada do Araripe, no interior do estado, custa até 2,9 mil dólares (R$ 14.700, na cotação desta quarta-feira).
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Outros fósseis de insetos têm preços que variam entre R$ 6 mil e R$ 8 mil no portal da Indiana9 Fossils & Prehistoric Fossils. O site é identificado como do estado do Missouri.
Na legenda, o portal descreve “inseto fóssil genuíno” e “autenticidade garantida”.
A reportagem entrou em contato com a Agência Nacional de Mineração, mas não obteve retorno. A empresa que vende esses fósseis também não respondeu.
A Polícia Federal afirmou que apura o caso, mas não pode repassar detalhes sobre as investigações.
O coordenador do laboratório de paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca), Álamo Feitosa, explica como os fósseis são levados para o exterior. Ele afirma que a maioria dos fósseis são vendidos por valores módicos.
“Quando é um material muito importante eu digo assim é dinossauros ou pterossauros ou até crocodilos dentre outros eles saem daqui em cima de carradas de calcário laminado para uma área de porto. Chegando lá eles retiram só o que interessam e dão por qualquer preço esse calcário laminado. Outra maneira quando é coisa pequena tipo pequenos fósseis ou pequenas plantas são colocados dentro esculturas.”
De acordo com especialistas, da década de 1970 para cá, mais de 200 mil fósseis saíram da Bacia do Araripe ilegalmente para abastecer museus da Europa e principalmente dos Estados Unidos.
Retorno de fóssil ao Ceará
Em maio do ano passado, um fóssil brasileiro datado em 100 milhões de anos foi entregue à Urca. O item foi retirado do Brasil clandestinamente, e foi cedido ao Museu de Fósseis de Santana do Cariri pelo Ministério Público Federal (MPF).
A peça histórica é datada do período Cretáceo e estava sendo comercializada de forma ilegal, por meio de um site de leilões na Itália. A devolução do espécime ao Brasil é resultado de procedimento instaurado pelo MPF em Juazeiro do Norte, também na região do Cariri, em 2020.
O artefato recuperado pelo MPF pertence ao grupo de formação fóssil Santana, um dos principais sítios paleontológicos do mundo e reconhecidamente uma das jazidas fossilíferas com a maior diversidade de material excepcionalmente preservado. Na peça, por exemplo, é possível notar a riqueza de detalhes de tecido mole e até as escamas do peixe.
Fonte: g1 CE