A Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha, foi adiada para o mês de outubro, por causa da pandemia da Covid-19. Uma reunião, na tarde desta terça-feira (14), entre o prefeito Argemiro Sampaio, o líder dos carregadores e o pároco Leandro Cavalcanti, da Igreja Matriz, definiu pelo adiamento do evento. Ainda não há data definida, O hasteamento do mastro, um dos momentos mais marcantes, previsto para o dia 31 de maio, é realizado desde 1928.
O mês de outubro foi escolhido pois é o período de celebração da co-padroeira do Município, Nossa Senhora do Rosário, tendo como data da festa o dia 7. No entanto, o calendário só será escolhida após definição sobre o período das eleições municipais — até agora incerto.
O corte da árvore que serviria de mastro estava previsto para acontecer daqui a três semanas. Como costuma reunir dezenas de pessoas, incluindo carregadores e curiosos, já havia uma expectativa de que não fosse realizado. “Não existe a menor condição”, antecipou ontem a secretária de Saúde de Barbalha, Pollyanna Callou.
Segundo o prefeito Argemiro Sampaio, o dinheiro que seria destinado às contratações de grandes shows, será utilizado no combate à Covid-19. A festa deve acontecer valorizando os grupos de tradição popular, as atividades religiosas e as quermesses. “Serão todos artistas de nossa região para evitar gasto valorizá-los”, enfatizou.
Tradição
Reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2015, pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio tem como momento marcante o carregamento de uma árvore que serve como mastro da bandeira do padroeiro. Ano passado, aproximadamente 250 homens carregaram nos ombros um angico de 26 metros, pensando cerca de duas toneladas, por mais de três quilômetros, do sítio Roncador até o Centro da cidade, na Igreja Matriz de Santo Antônio.
A passagem do Pau da Bandeira pela Rua do Vidéo, que concentra o maior número de visitantes, é um dos momentos mais inesquecíveis da festa. Milhares de pessoas se espremem, enquanto a árvore é transportada. Com o cansaço do percurso, os homens soltam o tronco no chão. É neste momento que dezenas de pessoas rompem o cordão de isolamento e lutam para tocar no pau da bandeira. A fé popular acredita que tem toca o símbolo poderá conseguir um casamento.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste