Exatos dez meses após o primeiro caso confirmado do novo coronavírus fora da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o imunizante chegou ao interior cearense. Quis o destino que Sobral, no Norte do Estado, fosse a cidade a registrar o primeiro caso do interior – em 18 de março de 2020 – e também a primeira a vacinar, ainda na noite da segunda-feira depois de Fortaleza.
Ontem (19), todos os municípios cearenses receberam as doses, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Foram entregues em todos os 21 postos de distribuição e, após atos simbólicos de imunização nos municípios, as secretarias da saúde locais já começam a pôr em prática os Planos de Vacinação.
A presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Sayonara Moura Cidade, detalha que o órgão orientou, junto à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que os municípios elaborassem um Plano Municipal de Vacinação.
O documento confere poderes para cada gestor seguir a vacinação por vias próprias, adotando estratégias particulares de vacinação. No entanto, nem o Conselho e nem a Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) têm levantamento de quais os municípios ainda não elaboraram o Plano.
O que se tem visto, na prática, é uma homogeneização do processo, tal qual fora preconizado pelo Cosems. Até ontem à tarde, pelo menos 32 municípios – incluindo Fortaleza – já tinham iniciado a vacinação. Deste total, a maioria vai vacinar, neste primeiro momento, apenas os profissionais da linha de frente.
“Isso [vacinar primeiros os profissionais da saúde] foi uma orientação entre os governos Federal e Estado. Porém, cada município pode começar pelo que entende ser prioridade”, detalha Sayonara. A orientação advém do reduzido quantitativo de doses enviadas ao Ceará – apenas 218 mil no primeiro lote que chegou na segunda-feira à noite em Fortaleza, das quais 80 mil ficam na capital cearense. Assim, foi preciso “enxugar” a lista do grupo prioritário e “vacinar apenas o suprassumo do grupo prioritário”, conforme ilustrou o presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz.
A orientação, segunExatos dez meses após o primeiro caso confirmado do novo coronavírus fora da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o imunizante chegou ao interior cearense. Quis o destino que Sobral, no Norte do Estado, fosse a cidade a registrar o primeiro caso do interior – em 18 de março de 2020 – e também a primeira a vacinar, ainda na noite da segunda-feira depois de Fortaleza.
Ontem (19), todos os municípios cearenses receberam as doses, conforme a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Foram entregues em todos os 21 postos de distribuição e, após atos simbólicos de imunização nos municípios, as secretarias da saúde locais já começam a pôr em prática os Planos de Vacinação.
A presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Sayonara Moura Cidade, detalha que o órgão orientou, junto à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que os municípios elaborassem um Plano Municipal de Vacinação.
O documento confere poderes para cada gestor seguir a vacinação por vias próprias, adotando estratégias particulares de vacinação. No entanto, nem o Conselho e nem a Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) têm levantamento de quais os municípios ainda não elaboraram o Plano.
O que se tem visto, na prática, é uma homogeneização do processo, tal qual fora preconizado pelo Cosems. Até ontem à tarde, pelo menos 32 municípios – incluindo Fortaleza – já tinham iniciado a vacinação. Deste total, a maioria vai vacinar, neste primeiro momento, apenas os profissionais da linha de frente.
“Isso [vacinar primeiros os profissionais da saúde] foi uma orientação entre os governos Federal e Estado. Porém, cada município pode começar pelo que entende ser prioridade”, detalha Sayonara. A orientação advém do reduzido quantitativo de doses enviadas ao Ceará – apenas 218 mil no primeiro lote que chegou na segunda-feira à noite em Fortaleza, das quais 80 mil ficam na capital cearense. Assim, foi preciso “enxugar” a lista do grupo prioritário e “vacinar apenas o suprassumo do grupo prioritário”, conforme ilustrou o presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nilson Diniz.
A orientação, segundo detalha Sayonara, é de que a imunização comece pelos profissionais que atuam nas UTIs, depois àqueles que trabalham no Samu, posteriormente os profissionais da UPA Covid, em seguida Unidade Sentinela, depois equipes da Saúde da Família e, por fim, os idosos institucionalizados em abrigos.
Para o presidente da Aprece, essa é a melhor estratégia a ser adotada pelos municípios com menos dose recebidas. “Houve uma discussão com o Estado e Ministério da Saúde para colocar no primeiro grupo os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. Mas esse contingente é muito grande em relação à quantidade de vacina que veio. Essas doses cobrem praticamente o total de profissionais de saúde da linha de frente, que é uma orientação. Portanto, o recomendado é mesmo iniciar por quem trabalha diretamente no enfrentamento da doença, como os profissionais das UTIs”, analisou Diniz.
Sayonara, que também é secretária da Saúde de Cedro, ressalta, contudo, que “a flexibilização é natural” em um Estado com 184 cidades. “Em Cedro, por exemplo, não iniciamos pelos profissionais da UTI, mas sim pelo Centro Covid, pois, recebemos cerca de 100 atendimentos por dia, enquanto o Hospital é menor. A decisão é pelo risco”.
Importância do Plano de Vacinação
O Plano de Vacinação ou Plano de Operacionalização, define as estratégias que cada município vai adotar. Ele também destaca quantos profissionais da saúde existem cadastrados, qual o estoque de insumos – como seringas e agulhas – existentes na cidade, prazos e metas de vacinação, dentre outras questões. Por ser particular, cada município adota um cronograma especifico. Sobral, na região Norte, a exemplo de Fortaleza e Limoeiro do Norte, na região Jaguaribana, já começou a imunizar os idosos que vivem em acolhimento institucional. O Plano de Sobral, contempla a imunização desse público já no primeiro momento. Ontem pela manhã foram vacinados 52 idosos em dois abrigos do município.
Larisse Araújo, coordenadora da Atenção Primária de Sobral, explica que antecipação da vacina neste público “atende a uma questão de logística”. Ela garante, no entanto, que as 2.551 doses enviadas ao município “contempla todos os profissionais da linha de frente e, também, os idosos”. Ainda nesta semana, a previsão é que todos os profissionais sejam imunizados em Sobral. A vacinação ocorrerá por meio de agendamento, no Hospital Dr. Francisco Alves.
Em Limoeiro do Norte, primeira cidade da região Jaguaribana a começar a imunização, a Secretaria da Saúde também iniciou o processo pelos idosos institucionalizados. Porém, diferente de Sobral, as 472 doses enviadas ao município não contemplarão todos os profissionais da linha de frente. Foram 39 idosos imunizados e outros 433 profissionais da saúde serão vacinados ao longo desta semana. Os demais profissionais aguardarão a chegada de outro lote, ainda sem previsão. A reportagem do Sistema Verdes Mares questionou quantos profissionais da saúde ficarão descobertos, mas a assessoria de comunicação não respondeu.
Contudo, o quantitativo de envio das doses para os municípios está seguindo um padrão. Juazeiro do Norte recebeu 3.106 doses, o que representa 34% dos 9.175 profissionais de saúde. O mesmo índice percentual é verificado em Crato, Iguatu, Quixadá, principais cidades do interior.
Fiscalização
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) está atento aos municípios que não elaboraram ainda os Planos. Na tarde de ontem, recomendou que em até dez dias a prefeitura de Boa Viagem apresente um plano de operacionalização de vacinação. Conforme o promotor de Justiça Alan Moitinho Ferraz, o plano deverá indicar quais serão os grupos prioritários vacinados na cidade e se o município dispõe de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de infraestrutura e recursos humanos necessários para dar início à aplicação da vacina. A reportagem tentou contato com a Prefeitura, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Por André Costa/Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste