Epicentro da Covid-19 no Ceará em julho, Juazeiro do Norte tem registrado queda na média móvel e também no número de óbitos por dia, nas últimas três semanas. O Município iniciou o mês de agosto com média de duas mortes por dia. Já na última semana, entre 13 e 20 de agosto, este quantitativo caiu pela metade, ou seja, uma vítima diária. O número de casos confirmados caiu 29%.
Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, são 13.430 diagnósticos positivos para o novo coronavírus registrados na terra do Padre Cícero, que já soma 254 óbitos pela doença. Uma semana antes, no dia 13 de agosto, eram 12.653, que representa um aumento de 777 – média de 111 por dia. Enquanto os óbitos, neste mesmo intervalo, tiveram um aumento de 7 – um por dia.
Na semana anterior, entre os dias 6 e 13 de agosto, o acréscimo foi de 959 casos, que indica 137 novos infectados/dia. Já no número de mortes, alcançou 12, tendo uma média de 1,71. A situação foi pior entre os dias 30 de julho e 6 de agosto, quando houve um aumento de 1.100 casos confirmados em uma semana (157,14/dia) e 14 óbitos, gerando uma média de duas vítimas diárias.
A diretora de Vigilância em Saúde de Juazeiro do Norte, Evanusia de Lima, ressalta que a oferta de testes continua a mesma, reforçando que as unidades de diagnóstico permanecem abertas.
“A procura diminuiu, mas a gente imagina que tenha sido porque há um número menor de pessoas com os sintomas. Isso vai refletir na transmissão”, acredita.
Por outro lado, apesar da queda gradativa, pondera que ainda não é uma redução brusca. “Estamos numa queda de pico, indo para uma situação de estabilização. Mas ainda não estamos nesta situação”, ressalta. A estabilização é considerada quando há uma redução contínua, para mais ou para menos, de até 15% no número de casos em um intervalo de 15 dias.
“Ainda não está estável. Com estabilidade, será um crescimento regular”, completa.
Média móvel
A média móvel de casos é a forma mais eficiente de analisar os dados sobre a Covid-19, aponta o pesquisador Americo Cunha, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Neste caso, soma-se os dados mais recentes com os dos seis dias anteriores, dividindo por sete.
Essa leitura leva em conta a influência de todos os dias da semana e pode ser atualizada diariamente, evitando análises precipitadas como de que a pandemia pode ter freado no domingo e acelerado na terça. Ao considerar sempre todos os dias, a média móvel de casos em sete dias pondera o represamento de notificações que ocorre nos fins de semana, já que há uma irregularidade no processo de aquisição de dados.
A queda de registros nos fins de semana tem a ver com a redução de pessoal disponível para preenchê-los, seja por redução de equipes ou por fechamento de unidades de saúde ou setores responsáveis por informar os dados às autoridades sanitárias. Geralmente, esses profissionais retornam na segunda-feira e atualizam as planilhas, não apenas com os casos daquele dia, mas com os que aguardavam para serem preenchidos.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste