Com sorriso estampado no rosto, a dona de casa Edineia Pereira, 43, não esconde a felicidade de entrar no Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP), em Barbalha. Depois de vencer um câncer, descoberto em 2016, ela joga o cabelo ao vento com orgulho. Em remissão, visita a unidade de saúde apenas para revisão e para buscar medicamentos. Porém, nos últimos três anos, viveu “um momento de pavor”, como ela mesma descreve, viajando com frequência de Brejo Santo, onde mora, até a terra dos Verdes Canaviais para se tratar.
Criado há 18 anos, o Centro de Oncologia do HMSVP é referência para 45 municípios, que, somados, concentram 1,5 milhão de habitantes, nas regiões do Cariri e Centro-Sul. Isso evitou que muitas pessoas como Edineia viajassem até Fortaleza para se tratar. “Em novembro de 2016, procurei o hospital. Em questão de dois meses, já estava fazendo a cirurgia. Graças a Deus, aqui consegui tudo bem rápido”, descreve a dona de casa.
A unidade de saúde também é importante para Maria Auxiliadora Lira, de Juazeiro do Norte. A dona de casa está no início do tratamento contra o câncer de mama. “Tenho muita fé em Deus que vou vencer essa batalha”, acredita.
Ampliação
Para ampliar ainda mais o atendimento, o Centro de Oncologia de Barbalha aumentou de 15 para 25 o número de leitos para o serviço de quimioterapia, além de adquirir cinco poltronas para hemotransfusão. A expansão acontece também na radioterapia, com a chegada de um novo acelerador linear, fruto de um projeto do Ministério da Saúde, que está funcionando há três meses, após aprovação da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Nos últimos 11 anos, o número de consultas mensais mais que dobrou. Em 2008 eram cerca de 956 atendimentos. Neste ano o número já ultrapassa 2 mil. A radioterapia, que atendia 38 pacientes mensais há uma década, hoje beneficia 58. Na quimioterapia, o crescimento é maior: passou de 659 para 1.442 pacientes.
De janeiro a agosto deste ano, o hospital realizou 578 cirurgias oncológicas, de um total previsto de 650 até o fim de 2019. Segundo o assessor administrativo do Hospital, Amilcar de Sá Barreto, tem-se percebido um aumento nos casos de câncer. “Maior triagem e marcações de consultas crescendo”, pondera.
Apesar da melhoria estrutura física do Centro do Oncologia, a equipe se preocupa em cumprir a Lei nº 12.732/2012, que determina que, após a identificação da patologia, a unidade tem até 60 dias para iniciar o tratamento. “A parte estrutural está bem dimensionada para o momento e para os próximos anos. Hoje, a gente já está começando a atrasar o início tratamento um pouco. É importante que haja uma ação política que incorpore novos recursos e atenda à demanda da região”, diz.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste