Apesar da recente descartada suspeita de gripe aviária em Salitre, no Cariri, o estado segue em alerta sanitário. Duas novas notificações chegaram à Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri) nesta semana, com amostras já enviadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para análise.
As ocorrências mais recentes foram registradas:
📍 Em Icapuí (litoral leste), onde uma ave migratória com sinais de debilidade foi encontrada em um quintal;
📍 Em Quixadá (sertão central), onde aves de criação apresentaram sintomas respiratórios e foram encontradas mortas.
🦜 Sintomas e notificações
Segundo a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), que notificou o caso de Icapuí, o animal estava imóvel por longos períodos, com baixa locomoção — sinais comuns da gripe aviária.
Já em Quixadá, as aves tinham secreção nasal, dificuldade respiratória e alta taxa de mortalidade. Técnicos da Adagri realizaram necropsias e coleta de amostras, que agora aguardam resultado laboratorial do governo federal.
🔍 Vigilância ativa em todo o Estado
A Adagri mantém ações de vigilância ativa em granjas comerciais e domésticas, além de monitoramento de aves silvestres, especialmente durante o período de migração — entre maio e junho.
“Temos visitado 134 granjas no Ceará, mesmo sem sintomas. Essa é uma época crítica, em que aves migratórias podem carregar o vírus”, explicou Amorim Sobreira, diretor de Sanidade Animal da Adagri.
⚠️ O que acontece se um caso for confirmado?
Se a presença do vírus da influenza aviária for confirmada, a Adagri seguirá protocolo federal rígido, que inclui:
• Eliminação de todas as aves da propriedade afetada;
• Destruição das aves num raio de 3 km;
• Monitoramento sanitário em até 10 km do local.
Sobreira alertou para o impacto econômico severo da doença: “A mortalidade é rápida e alta. Por isso, temos que responder em até 12 horas após a notificação.”
🧬 Aves migratórias: vilãs ou sentinelas?
Para o biólogo Onofre Monteiro, da Aquasis, aves migratórias não devem ser encaradas como ameaça, mas como parte natural do ecossistema e importantes indicadoras da saúde ambiental.
“O foco não deve estar na fauna silvestre, mas em estratégias eficazes de vigilância, manejo e conservação”, afirmou.
Monteiro defende ações com base em evidências científicas, com atenção especial às criações domésticas e feiras livres — ambientes onde o vírus costuma circular e sofrer mutações.
✅ Dicas para prevenir a gripe aviária
Autoridades sanitárias recomendam cuidados essenciais, sobretudo nas criações domésticas de subsistência:
• Comprar aves apenas de locais registrados na Adagri;
• Evitar aquisições em feiras livres;
• Adotar biosseguridade rigorosa nas granjas;
• Observar comportamentos anormais ou mortalidade súbita;
• Notificar a Adagri ou o Mapa se encontrar aves com dificuldade respiratória, de locomoção, pescoço torto ou diarreia.
Por Aline Dantas










