O mês de março chegou ao fim nesta quinta-feira (31) com expressivos índices pluviométricos. Este foi o oitavo melhor março dos últimos 49 anos no Ceará. O período teve 267 milímetros de chuvas acumuladas, o que representa volume 31,3% acima da média histórica. Tanta água teve impacto direto e positivo nos reservatórios.
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Os açudes cearenses atingiram o melhor volume hídrico, para março, dos últimos sete anos. Conforme levantamento realizado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a pedido do Diário do Nordeste, os 155 reservatórios monitorados pelo órgão têm atualmente 28,88% de volume.
Índice superior a esse só havia sido registrado em 31 de março de 2015, quando os açudes atingiram 29,29% de capacidade de armazenamento. O número de açudes sangrando neste ano também é alto, o terceiro maior dos últimos dez anos, atrás apenas de 2020 e 2019.
Este mês também concentra o terceiro menor número de reservatórios abaixo dos 30%, o que mostra que as chuvas deste mês estão bem distribuídas.
Recuperação na última década
Nos últimos dez anos, o Ceará acumulou um longo período de queda no volume hídrico, mais precisamente entre 2013 e 2018, ano em que março fechou com o menor percentual de capacidade média, quando considerado os 155 reservatórios cearenses monitorados pela Cogerh.
Em 31 de março de 2018, o volume era de apenas 8,74%, bem distante dos 42,33% registrados em igual data do ano de 2013. No entanto, de 2019 em diante, o Estado ensaiou uma escalada progressiva.
Hoje, o índice ainda não representa uma longa segurança hídrica – especialistas estimam que o número ideal seja acima dos 40% – mas já traz garantias de abastecimento até a próxima quadra chuvosa.
Já os anos com menor número de açudes sangrando ao fim de março foram 2015, 2014 e 2013, com apenas um reservatório. Ao fim de março deste ano, já são 20 açudes que verteram, o dobro do registrado em igual período do ano passado. Confira lista:
• Acaraú Mirim,
• São Vicente,
• Caldeirões,
• Do Coronel,
• Muquém,
• Valério,
• Angicos,
• Gameleira,
• Mundaú,
• Quandú,
• Batente,
• Gavião,
• Germinal,
• Itapebussu,
• Maranguapinho,
• Tijuquinha,
• Rosário,
• Ubaldinho,
• Barragem do Batalhão.
Açude que estão na iminência de verter:
• Sobral (99,7%),
• Tucudunba (94,77%),
• Itapajé (90,19%),
• Acarape do Meio (90,37%).
Bacias hidrográficas
Apesar de o índice ser o terceiro melhor da década, algumas bacias hidrográficas estão em situação delicada. Das doze, as mais confortáveis são a do Coreaú (87,4%) a de Acaraú (72,3%) e a do Litoral (71,3%). Já as que apresentam sinal de alerta são de Banabuiú (7,2%) e Médio Jaguaribe (15,7%).
Essas duas concentram dois dos três maiores reservatórios do Estado. O Açude Banabuiú, terceiro maior do Ceará, está com apenas 8,22% de seu volume. Já o Castanhão, maior açude público do Nordeste, encontra-se com 16,03%.
Ele foi o reservatório que mais aportou água neste ano de 2022. Neste primeiro trimestre, o gigante das água conquistou aporte hídrico de quase 600 milhões de metros cúbicos. Sua capacidade máxima é de 6,7 bilhões de m³.
Por André Costa
Fonte: Diário do Nordeste