A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve, nesta quarta-feira, 16, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) – eleito nas eleições de 2018 e cassado em abril de 2021. Já no início, Witzel se negou a assumir o compromisso formal de falar apenas a verdade na comissão, em função das orientações jurídicas de seus advogados.
“Meu compromisso sempre foi, como juiz federal, como defensor público, servidor há mais de 30 anos, falar a verdade. Não tenho medo da verdade, estarei aqui à disposição. É evidente que os advogados que me acompanham têm estratégias para defesa dos processos e, eventualmente, podem me pedir para não falar sobre determinada questão que será submetida a requisições e pedidos na esfera criminal lá no Rio de Janeiro. Então, por uma questão de respeito a esses profissionais, apesar de ter sido juiz federal, eu respeito que eles estão advogando, então, eu não posso contrariar as orientações dos advogados. Mas, tenho certeza que não haverá problema em responder toda e qualquer pergunta”, alegou Witzel.
Como possui um habeas corpus do STF, Witzel não é obrigado a assumir o compromisso formal de falar apenas a verdade na CPI e pode fazer apenas se quiser. Assista ao vivo:
O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu na última terça-feira, 15, o direito a Witzel de não depor no Senado Federal. Em entrevista, porém, Witzel avisou que vai comparecer à sessão da comissão desta quarta.
Ele também obteve os direitos de permanecer em silêncio, caso queira; de ser acompanhado por seu advogado; e de não produzir provas contra si mesmo. Isso se deve graças ao processo que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em que o ex-governador é réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
Sua denúncia foi realizada pelo Ministério Público Federal, durante a Operação Tris in Idem – desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro – que indicou haver corrupção no setor de saúde do estado carioca. Há a suspeita de que Witzel tenha recebido uma propina, por meio do escritório de advocacia da sua esposa – Helena Witzel – na quantia de R$554,2 mil.
A defesa do ex-governador nega as acusações e que tenha cometido qualquer irregularidade. Segundo Witzel, ele é alvo de ‘perseguição política’ e diz ter sofrido o impeachment por combater a corrupção no Rio de Janeiro.
Fonte: Último Segundo