O União Brasil decidiu, nesta segunda-feira (8), expulsar do partido o ministro do Turismo, Celso Sabino, após votação secreta realizada pela Executiva Nacional. Foram 24 votos favoráveis à expulsão, decisão motivada pela acusação de infidelidade partidária.
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🔵 Motivo da expulsão: desobediência à orientação partidária
Os dirigentes entenderam que Sabino descumpriu diretriz interna ao permanecer no Ministério do Turismo mesmo depois de o partido determinar que todos os filiados deveriam deixar cargos no governo Lula até 19 de setembro. A sigla havia alertado que o não cumprimento da orientação seria tratado como infração disciplinar.
Sabino participou remotamente da reunião que decidiu por sua expulsão e afirmou, em rede social, ter ficha limpa, dizendo ter sido punido por permanecer naquele que considera o “melhor projeto para o Brasil”.
🔄 Crise e reviravoltas: da carta de demissão ao recuo
O ministro, deputado federal licenciado pelo Pará, inicialmente sinalizou que obedeceria ao partido: anunciou publicamente que entregaria o cargo e chegou a entregar uma carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dias depois, porém, recuou. Tentou negociar sua permanência tanto no ministério quanto na legenda, mas não teve sucesso. A proximidade da COP30, que ocorrerá em Belém (PA), influenciou sua decisão de permanecer no posto, de olho no potencial ganho político.
A crise levou o União Brasil a afastá-lo de funções internas do partido ainda em outubro, inclusive retirando Sabino do comando do diretório estadual do Pará.
📊 Eleições 2026 e articulações no Pará
Sabino planeja disputar uma vaga ao Senado em 2026 e avalia que o apoio do presidente Lula, aliado à projeção nacional do Ministério do Turismo, pode fortalecer sua campanha.
Apesar disso, enfrenta um cenário adverso no Pará:
• o governador Helder Barbalho (MDB) articula sua própria candidatura ao Senado;
• a chapa deve incluir também o presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB), o que dificulta o espaço político para Sabino.
Segundo aliados, o ministro tem recebido sondagens de outras siglas, mas aguardava o desenrolar da crise com o União Brasil para tomar uma decisão.
📝 Trajetória dentro do partido e situação jurídica
Filiado ao União Brasil desde 2021, Sabino ocupou cargos importantes na estrutura nacional e estadual da legenda, sendo eleito deputado federal em 2022 com apoio da bancada.
Pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a expulsão partiu da direção partidária, ele não perderá o mandato e está liberado para se filiar a outro partido.
Durante agenda em Belém, em outubro, o ministro afirmou que continuará apoiando o presidente Lula “independentemente do cenário político”.
Ele também sinalizou que permanecerá à frente do Ministério do Turismo até o prazo de desincompatibilização, em abril de 2026, quando ocupantes de cargos públicos precisam deixar as funções para disputar as eleições.
Por Heloísa Mendelshon







