O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu um visto de turista para permanecer mais tempo nos Estados Unidos, onde está desde o fim do ano passado, segundo um escritório de advocacia que atua em Washington.
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O processo do ex-presidente foi iniciado pela AG Immigration, que tem sede em Washington e escritórios em outras partes do país, inclusive em Orlando, onde está o ex-presidente.
A informação foi publicada pelo jornal britânico Financial Times e confirmada pela Folha.
Bolsonaro viajou para os EUA em 30 de dezembro de 2022, um dia antes de deixar a Presidência, e, rompendo uma tradição democrática, não passou a faixa presidencial para seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele tomou um avião presidencial e seguiu para Kissimmee, cidade na região de Orlando a poucos minutos dos parques da Disney, onde levou a família para uma casa de férias que pertence ao ex-lutador de MMA José Aldo, em um condomínio fechado.
Como ele entrou nos Estados Unidos ainda como presidente, estava no país com um visto diplomático e tinha 30 dias para mudar esse status a partir do momento em que deixou a Presidência, segundo o governo americano, prazo que se encerrou nesta segunda (30). Se não o fizesse, poderia até ser expulso do território americano.
Agora, a mudança para o visto de turista ainda precisa ser aprovada pelo Departamento de Estado, que pode ou não fazê-lo não só por questões técnicas, mas pressão política, segundo um especialista em imigração. Depois dos ataques em Brasília em 8 de janeiro, políticos da esquerda americana têm pedido a deportação de Bolsonaro do país.
A depender da categoria do visto de turismo que o ex-presidente obtenha, ele não poderá exercer atividades remuneradas, o que atrapalharia o plano de seu entorno de financiar a estadia dando palestras para empresários. O visto de turismo B1/B2, em geral, permite que o portador permaneça no país por até seis meses após a entrada.
Bolsonaro participará de um evento nesta terça (31) em Orlando organizado por apoiadores, descrito na internet como um “reencontro com a comunidade brasileira em homenagem ao ex-presidente”. O evento foi divulgado nas redes sociais por um dos filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro. Os ingressos são vendidos por valores entre US$ 10 (entrada comum) e US$ 50 (entrada VIP).
Bolsonaro pediu a José Aldo para estender a estadia na casa na região de Orlando por cerca de um mês, até depois do Carnaval, segundo um amigo do atleta.
A casa, um imóvel de oito quartos, está disponível para aluguel em uma plataforma online por valores a partir de US$ 519 a diária (cerca de R$ 2.600, sem contar impostos e taxas que podem fazer o valor quase dobrar), mas foi cedida pelo ex-lutador, que apoiou Bolsonaro na eleição de 2022.
Neste final de semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o pai está “desopilando” nos Estados Unidos e não tem data para voltar ao Brasil.
A família, segundo o senador, já voltou dos EUA. Sobre uma data de retorno de Bolsonaro, ele disse a jornalistas no sábado: “Pode ser amanhã, pode ser daqui a seis meses, pode não voltar nunca, não sei. Ele está desopilando. Você nunca tirou férias, não?”
Não se sabe, porém, se os problemas de saúde de Bolsonaro vão fazê-lo encurtar a viagem. Ele chegou a ser internado com obstrução intestinal no começo do mês e, na ocasião, disse que iria adiantar a volta ao Brasil. Nesta semana, seu médico afirmou que ele terá de fazer uma nova cirurgia ao voltar.
Flávio afirmou que o pai está tranquilo e não tem receio de que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o torne inelegível.
“A preparação, os advogados estão olhando tecnicamente, e o retorno que tem é que não há nada juridicamente que implique o presidente Jair Bolsonaro. Agora, tribunais, Poder Judiciário, não é lugar de fazer julgamento político”, disse Flávio.
“O presidente está com muita tranquilidade, porque sabe que ainda que force muito uma barra, não tem como vincular Bolsonaro a nenhum ato criminoso.”
Fonte: Folhapress