O prefeito reeleito de Santa Quitéria, José Braga Barrozo (PSB), conhecido como Braguinha, foi preso na tarde desta quarta-feira (1º) por agentes da Polícia Federal e da Polícia Civil do Ceará, poucas horas antes de sua posse para o segundo mandato. Ele é investigado por suposto envolvimento com uma facção criminosa carioca, que teria favorecido sua campanha nas eleições municipais de 2024.
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A prisão foi realizada em cumprimento a um mandado expedido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), no momento em que a Câmara Municipal de Santa Quitéria se preparava para eleger a nova Mesa Diretora. Após a prisão, o vereador Joel Barroso, filho de Braguinha, foi eleito presidente da Câmara e, por sucessão legal, empossado prefeito interino do município.
Sucessão
A vice-presidente da Mesa Diretora, Dra. Emanuela Barbosa, conduziu a cerimônia de posse de Joel Barroso, justificando o ato como necessário para dar continuidade à administração do município.
“Tendo em vista a decisão oriunda da Justiça Eleitoral do Ceará, que cautelarmente afastou o prefeito e o vice-prefeito eleitos, impedindo o exercício do mandato eletivo, hei por bem dar prosseguimento ao rito de sucessão legal para ocupação do cargo de prefeito da cidade de Santa Quitéria”, declarou Barbosa.
O vice-prefeito eleito, Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, o Gardel Padeiro (PSB), também é investigado no mesmo processo e foi impedido de assumir o cargo.
Denúncias e investigação
De acordo com o Ministério Público Eleitoral (MPE), Braguinha teria sido beneficiado por ações do Comando Vermelho durante a campanha eleitoral de 2024. A facção é acusada de coagir e ameaçar eleitores e apoiadores do candidato adversário, Tomás Figueiredo (MDB).
“Eleitores receberam ameaças de morte, ordens de expulsão da cidade e intimidações de incêndios em residências e danos a veículos”, apontou o MPE em documentos aos quais o g1 teve acesso.
Além disso, em julho de 2024, dois servidores da Prefeitura de Santa Quitéria teriam viajado ao Rio de Janeiro em um veículo oficial para entregá-lo a um traficante ligado à facção que domina o tráfico na cidade.
O MPE solicitou a cassação do mandato de Braguinha e Gardel, além da inelegibilidade de ambos por oito anos. A denúncia também envolve Kylvia de Lima (PP), candidata a vereadora, acusada de participação no esquema.
Defesa
Em nota, Braguinha e Gardel negaram as acusações, classificando-as como parte de uma campanha de adversários políticos inconformados com o resultado das eleições.
A reportagem tentou contato com a defesa de Braguinha, mas ainda não obteve resposta. A matéria será atualizada se houver resposta.
Por Fernando Átila