Líder da oposição na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), disse hoje que a oposição entrará com um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante do que classificou como atentado ao livre exercício dos poderes, ameaças às eleições e ao Judiciário por parte do mandatário.
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Em entrevista à GloboNews, o parlamentar citou como exemplo falas de Bolsonaro contra o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luís Roberto Barroso.
A oposição, diante desses ataques do presidente da República ao sistema eleitoral, à democracia, à ameaça de não realização das eleições, entrará com um novo pedido de impeachment na Câmara dos Deputados nesta semana, provavelmente ainda no dia de hoje, para mostrar que não aceitamos esse comportamento do presidente da República, da mesma forma que o TSE reagiu, da mesma forma que o Supremo Tribunal Federal reagiu, é hora do Congresso Nacional reagir Alessandro Molon
O clima entre Bolsonaro e o Judiciário vem se acirrando no último mês, após reiteradas declarações do presidente sobre a possibilidade de não realização das eleições de 2022 caso não seja aprovada no Congresso uma proposta que institui o “voto impresso auditável”. Bolsonaro alega ter havido fraudes nas eleições de 2018 sem, no entanto, apresentar quaisquer provas de suas acusações.
Na entrevista, Molon falou ainda sobre a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de levar para votação no plenário a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso. O projeto foi rejeitado na semana passada em uma comissão especial.
Ele disse não ter dúvida de que o placar repetirá aquilo que já se viu na comissão, enterrando o que chamou de “péssima ideia que foi criada por Bolsonaro e trazida neste momento apenas para tumultuar o processo eleitoral”.
“Bolsonaro gostaria de fazer no Brasil o que (Donald) Trump fez nos Estados Unidos, tentar criar um caos em torno do processo eleitoral para evitar a consagração de sua derrota. Bolsonaro sabe que vai perder e, por isso, tenta melar as eleições”, acrescentou o deputado.
Molon ressaltou que nunca houve indícios de fraude em eleições desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram adotadas. “Não há qualquer razão para se desconfiar desse sistema (…) O Congresso Nacional vai reafirmar sua confiança no sistema eleitoral brasileiro e derrotar e enterrar essa PEC do voto impresso.”
Fonte: UOL