A Polícia Federal (PF) está perto de concluir a investigação que apura a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados em uma tentativa de golpe de Estado relacionada aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. De acordo com informações do blog de Andréia Sadi, no g1, o relatório final deve ser apresentado no início de novembro e trará novas evidências encontradas em dispositivos eletrônicos de investigados.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Conforme apontam os investigadores, o material reforça a hipótese de que Bolsonaro esteve envolvido na elaboração de uma minuta golpista, discutida em reuniões após sua derrota nas eleições de 2022. O documento final também vai encerrar o chamado inquérito das milícias digitais, que inclui relatórios sobre outros crimes envolvendo o ex-presidente, como a falsificação de cartões de vacinação e a venda ilegal de presentes recebidos de autoridades estrangeiras durante seu mandato. Esses relatórios já foram encaminhados para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A parte do inquérito que trata da tentativa de golpe de Estado levou mais tempo para ser finalizada devido à necessidade de cruzar informações com outra investigação em curso. Esta apura um suposto esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria sido usada por agentes públicos para monitorar adversários políticos de Bolsonaro e disseminar fake news.
O relatório final deve apresentar um conjunto robusto de provas que podem complicar ainda mais a situação jurídica do ex-presidente e seus aliados, uma vez que os investigadores consideram que o material recolhido nos aparelhos eletrônicos de pessoas ligadas ao caso é suficiente para comprovar a participação de Bolsonaro na articulação golpista.
Os atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília, foram impulsionados por discursos e campanhas de desinformação que contestavam o resultado das eleições presidenciais de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, investigações conduzidas pela PF e outras instituições têm buscado esclarecer o papel de figuras-chave nas manifestações golpistas, com Bolsonaro sendo um dos principais alvos.
O desfecho das investigações pode abrir caminho para novas medidas judiciais contra o ex-presidente e seus apoiadores, que já enfrentam outras acusações relacionadas ao período de seu governo e às ações após sua saída do cargo.
Com o encerramento do inquérito, a expectativa é de que a Procuradoria-Geral da República analise os indiciamentos e defina os próximos passos, que podem incluir denúncias formais contra Bolsonaro e seus aliados. A investigação sobre a Abin também segue em andamento, apontando a utilização da agência para fins ilegais durante o governo Bolsonaro.
Por Nicolas Uchoa