O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu na manhã desta terça-feira (26), no Palácio do Planalto, sua equipe de ministros para alinhar a entrega de projetos considerados prioritários pelo governo.
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Na abertura, transmitida pela imprensa, Lula reforçou a defesa da soberania nacional, criticou a guerra em Gaza, voltou a atacar o ex-presidente Donald Trump e classificou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como “traidor da pátria”.
O presidente e seus ministros participaram do encontro usando bonés azuis com a frase: “O Brasil é dos brasileiros”.
🇧🇷 Defesa da soberania
Lula destacou que o país não aceitará ser tratado como subordinado em negociações internacionais.
“Somos um país soberano, temos uma Constituição, temos uma legislação. Quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, nas nossas florestas, tem que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação”, afirmou.
O presidente também ressaltou que o Brasil está disposto a dialogar “em igualdade de condições” com parceiros comerciais: “O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém.”

🌎 Críticas a Trump e às “big techs”
O petista voltou a atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por conta da guerra tarifária contra produtos brasileiros.
“[Trump] tem agido como se fosse o imperador do planeta Terra. É uma coisa descabida, mas ele continua fazendo ameaças ao mundo inteiro”, disse Lula.
Ele também acusou o republicano de pressionar países que tentam regular as grandes empresas de tecnologia. Lula anunciou que enviará ao Congresso um projeto para regulamentar a atuação das “big techs” no Brasil.
Além disso, lamentou a suspensão do visto do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pelo governo norte-americano, classificando a medida como um “gesto irresponsável”.
🇮🇱🇵🇸 Israel e Gaza
O presidente voltou a afirmar que Israel comete um genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza, conflito iniciado após ataque terrorista do Hamas há quase dois anos.
“Temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia mais gente morre”, declarou Lula, acusando tropas israelenses de matarem crianças “como se fossem do Hamas”.
A fala ocorre em meio ao aumento da tensão diplomática entre os dois países. Na segunda-feira (25), o governo israelense anunciou o rebaixamento das relações diplomáticas com o Brasil, após o Itamaraty não responder à indicação de um novo embaixador.
Em reação, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, chamou Lula de “antissemita apoiador do Hamas”, comparando-o ao líder iraniano Ali Khamenei.
⚔️ Ucrânia e Rússia
Lula disse acreditar que a guerra entre Rússia e Ucrânia está próxima do fim e apontou que a principal preocupação dos países envolvidos é sobre quem assumirá os custos do conflito.
“Eu acho que tanto [Vladimir] Putin quanto [Volodymyr] Zelensky já sabem o limite dessa guerra. A Europa já sabe, Trump já sabe. Estão apenas aguardando o momento de anunciar o fim. A preocupação maior é quem vai ficar com a dívida da guerra”, afirmou.

🟥 Ataques a Bolsonaro e ao filho
Lula também direcionou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA desde março e articula contra decisões do STF.
“O comportamento do filho dele nos EUA é possivelmente uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”, disse Lula, defendendo que Eduardo já deveria ter sido cassado pela Câmara.
O presidente acrescentou: “Não conheço na história do Brasil algum momento em que um traidor da pátria teve a desfaçatez de mudar para outro país, adotá-lo como pátria e tentar insuflar ódio contra o povo brasileiro.”
📑 Prioridades do governo
Atualmente com 38 ministros, Lula projeta entregar ações estratégicas até o fim do mandato, em 2026. Entre as prioridades estão:
Aprovação do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil;
• Avanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
• Compensações para reduzir os impactos do tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros;
• Busca por novos mercados internacionais diante da resistência dos EUA.
Esta foi a segunda reunião ministerial de 2025. A primeira ocorreu em janeiro, quando Lula alertou que, para a oposição, a campanha eleitoral já havia começado.
Por Pedro Villela, de Brasília









