O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) voltou a criticar o ministro Sergio Moro (Justiça), responsável por sua condenação no caso do triplex do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato. Em entrevista a jornalistas de mídias alternativas, Lula disse que o ex-juiz é falso, mentiroso e não sabe por que está no governo.
“Eu acho que o Moro é a pessoa mais falsa que esse país já produziu. Ele mentiu no meu processo o tempo inteiro, mentiu na sentença do meu processo, depois mentiu para a imprensa. E agora, como ministro, ele não diz a que veio, ele não tem competência para estar no cargo”, afirmou.
Lula também criticou a participação de Moro na coletiva de ontem do Ministério da Saúde sobre a situação do novo coronavírus no País. “Está fazendo papel de marionete lá”, cutucou. “Ontem, na entrevista, estava parecendo um ‘João Bobo’. Não sabe o que fazer, o que falar, nem sabe por que está lá.”
Para o ex-presidente, o ex-juiz só é ministro da Justiça hoje porque facilitou a vitória de Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2018 e o impedimento de sua campanha.
O petista foi preso em 7 de abril de 2018, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele cumpriu pena em Curitiba, no prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, e foi solto em 8 de novembro de 2019, após o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância.
Coronavírus e críticas a Bolsonaro e Guedes
Lula também condenou a atuação do governo federal na crise causada pela pandemia de covid-19. Lula cobrou atitude e disse que é preciso dar garantias financeiras às pessoas, especialmente as mais vulneráveis.
“O que precisa é o governo tomar atitude. Se não tem governo, as coisas não andam. Se não tiver disposição do governo, a economia não anda. Tem que colocar dinheiro para que as pessoas sejam salvas e possam ficar isoladas”, defendeu.
Segundo o ex-presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, “fica tratando o dinheiro [da União] como se fosse dele”, não liberando os recursos à população. “O único dinheiro que chegou rapidinho foi para ajudar os bancos”, alfinetou.
O petista ainda criticou Bolsonaro, dizendo que o País “não pode ficar à mercê de um maluco, uma pessoa sem discernimento”. Ele não descarta apoiar um eventual processo de impeachment, mas garante que não quer “ser irresponsável como foram com Dilma [Rousseff]”.
“Se ele tiver cometido crime de responsabilidade, tem que ser discutido [o impeachment]. Precisamos afirmar corretamente qual é o crime que ele cometeu. Nem tudo o que eu acho que é crime pode ser considerado crime do ponto de vista jurídico”, disse.
Fonte: UOL