Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite deste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a desigualdade no Brasil “é a menor da história”. A fala ocorreu dias após a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação para altas rendas, medidas que começam a valer em janeiro.
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Lula utilizou cerca de seis minutos para reforçar o cumprimento de uma das principais promessas da campanha de 2022 e para citar ações sociais e econômicas de seu governo, como os programas Pé-de-Meia, Luz do Povo e Gás do Povo.
O presidente afirmou: “A desigualdade no Brasil é hoje a menor da história. Mesmo assim, o Brasil continua a ser um dos países mais desiguais do mundo. O 1% mais rico acumula 63% da riqueza do país, enquanto a metade mais pobre da população detém apenas 2%.”
Ele destacou que a mudança no Imposto de Renda é um passo inicial: “Queremos que a população brasileira tenha direito à riqueza que produz, com o suor do seu trabalho. Seguiremos firmes combatendo os privilégios de poucos, para defender os direitos e as oportunidades de muitos.”
💰 Impacto da isenção do IR para salários até R$ 5 mil
O presidente apresentou exemplos práticos para demonstrar o impacto da medida:
• Uma pessoa que ganha R$ 4.800 deixará de pagar IR;
• Segundo Lula, isso representa uma economia anual de R$ 4 mil, “quase um 14º salário”.
Ele enfatizou que a compensação para o Estado virá da nova taxação sobre os super-ricos — pessoas que ganham “vinte, cem vezes mais do que 99% do povo”.
Serão 140 mil contribuintes incluídos na cobrança de 10% de imposto adicional.
De acordo com o governo, a medida deve injetar R$ 28 bilhões na economia.
📊 Tabela do IR: o que muda e o que permanece
A nova lei não corrige toda a tabela do Imposto de Renda — modifica apenas a faixa de isenção e cria descontos para rendas mais baixas.
• Quem ganha acima de R$ 7.350 por mês continuará pagando 27,5%.
• Uma correção completa da tabela custaria mais de R$ 100 bilhões por ano, segundo o governo.
Desde 2023, são isentos os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, medida que também permanece.
A tabela continua com cinco alíquotas: 0%, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.
🏦 Taxação dos mais ricos
Para evitar perda de arrecadação, o governo criou a alíquota extra progressiva de até 10% destinada a quem recebe mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês).
Hoje:
• Contribuintes de alta renda pagam, em média, 2,5% de IR efetivo;
• Trabalhadores comuns pagam entre 9% e 11%.
A nova regra busca reduzir essa distorção.
Alguns rendimentos não entram no cálculo, como:
• ganhos de capital
• heranças e doações
• rendimentos recebidos acumuladamente
• aplicações isentas
• poupança
• aposentadorias por moléstia grave
• indenizações
A lei também limita o somatório de impostos entre empresas e contribuintes, garantindo restituição quando houver cobrança superior ao permitido.
Assista a íntegra do pronunciamento:
Por Pedro Villela, de Brasília










