A Justiça da Itália decidiu manter a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está detida em Roma desde o mês passado. A informação foi confirmada nesta terça-feira (19) pela Advocacia-Geral da União (AGU).
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Segundo o órgão, em audiência realizada na última quinta-feira (13), o Tribunal de Apelações de Roma negou o pedido da defesa para que a parlamentar fosse transferida para o regime de prisão domiciliar enquanto aguarda a análise do processo de extradição solicitado pelo Brasil.
Condenação no Brasil e fuga para a Itália
Zambelli foi presa na capital italiana em junho, após tentar escapar do cumprimento de um mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em maio deste ano, a deputada deixou o Brasil amparada por sua dupla cidadania, depois de ter sido condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Além da pena, ela também foi condenada a pagar R$ 2 milhões em danos coletivos.
De acordo com as investigações, Zambelli teria sido a autora intelectual do ataque, que resultou na emissão de um falso mandado de prisão contra Moraes. O hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que confessou ter agido a mando da deputada e também foi condenado pelo caso.
Pedido de extradição
Após a fuga, o governo brasileiro protocolou junto às autoridades italianas um pedido formal de extradição. A solicitação foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes em 11 de junho e enviada ao governo da Itália por meio do Itamaraty.
Enquanto aguarda a decisão, Zambelli segue detida em Roma.
Outros processos
Além da condenação pelo ataque ao CNJ, Zambelli responde a outros processos. Na semana passada, a maioria dos ministros do STF votou pela condenação da deputada em uma ação na qual ela é acusada de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma.
No âmbito político, a parlamentar também enfrenta questionamentos em relação ao seu mandato. Em junho, a Câmara dos Deputados autorizou que Zambelli tirasse 127 dias de licença não remunerada. Caso não retorne às atividades após esse período, poderá ser cassada por faltas.
Paralelamente, a deputada é alvo de um processo de cassação em andamento na própria Casa. A Câmara ainda não deliberou sobre a perda do mandato em função da condenação imposta pelo STF.
Por Bruno Rakowsky









