A deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal (PSL), pediu na tarde de hoje que Jair Bolsonaro (sem partido) deixe a Presidência da República. Em discurso feito na Assembleia Legislativa, a advogada criticou a atitude do presidente de participar de atos pró-governo em Brasília poucos dias após retornar de viagem. Apesar de Bolsonaro não ter sido diagnosticado com coronavírus, pessoas que estiveram em contato com ele foram infectadas.
“Isso é homicídio doloso”, disse Janaína. “Vai ser atribuído ao presidente da República, principalmente o presidente da República. O que ele fez ontem é inadmissível, injustificável, indefensável, crime contra a saúde pública. Ele desrespeitou a ordem do seu ministro da Saúde.”
Janaína também defendeu que o vice-presidente Hamilton Mourão assuma o cargo diante de uma guerra contra um “inimigo invisível”.
“Tem que sair, deixa o Mourão que entende de defesa. Nosso país está entrando em uma guerra contra um inimigo invisível. Deixa o Mourão, que é treinado para a defesa, conduzir a nação. Não tem mais justificativa: como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão, como um homem que faz uma live na quinta e diz para não ter protestos vai para estes mesmos protestos?”, disse.
A advogada, uma das autoras do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e aliada de Bolsonaro ao longo da campanha eleitoral de 2018, afirmou não haver tempo para um processo de impeachment.
“Eu me arrependi do meu voto. Que país é esse? Como esse homem vai lá, possivelmente contaminando as pessoas, pegando nas mãos, beijando? Ele está brincando? Ele acha que pode tudo? As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar, não há tempo para processo de impeachment”, declarou.
Jurista questiona sanidade
Além da deputada estadual, o jurista Miguel Reale Júnior, outro autor do pedido de impeachment contra Dilma, defendeu que o Ministério Público peça que o presidente Jair Bolsonaro seja submetido a uma junta médica para saber se ele teria sanidade mental para o exercício do cargo.
“Seria o caso de submetê-lo a uma junta médica para saber onde o está o juízo dele. O Ministério Publico pode requerer um exame de sanidade mental para o exercício da profissão. Bolsonaro também está sujeito a medidas administrativas e eventualmente criminais. Assumir o risco de expor pessoas a contágio é crime”, afirmou o jurista.
Eduardo Bolsonaro rebate críticas
Pouco tempo depois da fala de Janaína, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) respondeu às críticas. Em sua conta oficial no Twitter, o filho do presidente disse que ela tem o direito de se arrepender, mas que a vontade do povo “é soberana”.
Fonte: UOL