A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída pela Interpol na lista de difusão vermelha, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida permite que Zambelli seja presa em qualquer um dos 196 países-membros da organização policial internacional.
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A decisão foi tomada após a parlamentar anunciar, na terça-feira (3), que havia deixado o Brasil e não pretendia retornar. Condenada a 10 anos de prisão, por unanimidade, pela Primeira Turma do STF, Zambelli deixou o país via Argentina, passou pelos Estados Unidos e, segundo sua assessoria, já está na Itália, onde possui dupla cidadania.
🧾 Prisão, bloqueios e retirada de redes sociais
Na decisão proferida na quarta-feira (4), Moraes determinou também a prisão preventiva da deputada, além do bloqueio de passaportes, salário parlamentar, contas bancárias, bens, imóveis, veículos e aeronaves registrados em seu nome. O despacho ainda prevê o bloqueio de perfis em redes sociais, como Meta (Facebook e Instagram), X (ex-Twitter), Telegram, TikTok, YouTube, LinkedIn e Gettr. Caso Zambelli publique, direta ou indiretamente, novas postagens, haverá multa diária de R$ 50 mil.
A solicitação de inclusão da deputada na lista da Interpol partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR afirmou que a medida visa assegurar a aplicação da lei penal, e não a antecipação do cumprimento da pena, uma vez que a condenação ainda não transitou em julgado.
🛑 Caso difere de outros bolsonaristas foragidos
O nome de Zambelli foi aceito pela Interpol para a difusão vermelha, diferentemente do que ocorreu com os influenciadores Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, também ligados ao bolsonarismo. Ambos foram alvos de ordens de prisão nos últimos anos, mas a organização recusou incluí-los na lista vermelha, alegando falta de elementos legais, como informações detalhadas sobre os crimes e eventual alegação de refúgio ou asilo político.
No caso de Allan dos Santos, a negativa foi baseada na ausência de dados sobre o crime de lavagem de dinheiro. Ele está nos Estados Unidos desde 2020 e é acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime. Já Oswaldo Eustáquio teve prisão decretada por incitação e envolvimento nos atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro de 2022, quando manifestantes incendiaram ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal.
🌍 Interpol veta inclusão de pessoas com pedido de asilo
Em ofício enviado ao gabinete de Moraes, o coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional da Polícia Federal, Fábio Mertens, informou que a Interpol não inclui na lista vermelha pessoas que tenham solicitado refúgio ou asilo político em outros países. A medida é baseada nos regulamentos internos da organização internacional, voltados a evitar perseguições de cunho político.
Por Pedro Villela, de Brasília










