O Ministério de Minas e Energia está estudando a possibilidade de reinstaurar o horário de verão como uma medida preventiva para evitar o racionamento de energia. A avaliação ocorre devido à seca extrema que afeta o Brasil em 2024, a mais severa registrada desde o início dos monitoramentos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem).
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O horário de verão, extinto em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, é considerado uma das alternativas viáveis para reduzir o consumo de energia durante o horário de pico, quando a demanda aumenta com o uso de eletrodomésticos e aparelhos de climatização, no fim do expediente comercial e com a chegada das pessoas em casa. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a medida pode aliviar o sistema elétrico, principalmente ao diluir o consumo de energia ao longo do dia.
“A implementação do horário de verão tem benefícios que vão além do aspecto energético. Ela também impulsiona setores como o turismo, bares e restaurantes, movimentando a economia cotidiana”, afirmou o ministro. Além disso, ele destacou que a medida pode ajudar a equilibrar o sistema elétrico em um período crítico, marcado pela queda na produção de energias eólica e solar e o aumento na demanda residencial.
Em paralelo à possível volta do horário de verão, o governo já ampliou autorizações para o funcionamento de usinas termelétricas a gás e elevou a bandeira tarifária nas contas de luz, em resposta à seca severa que comprometeu o abastecimento de energia em algumas regiões.
Impacto nos reservatórios e ações emergenciais
Apesar da gravidade da seca, técnicos do governo destacam que os reservatórios hídricos ainda não atingiram níveis críticos como os registrados durante a crise energética de 2021. Segundo fontes do governo, as ações adotadas ao longo de 2024, como a retenção de água nos reservatórios, garantiram que o nível de armazenamento atual seja mais que o dobro do observado naquela crise.
Mesmo assim, a situação continua preocupante, especialmente na Amazônia, onde os rios Madeira e Negro atingiram níveis historicamente baixos, impactando o abastecimento e isolando comunidades ribeirinhas. A capital Manaus, por exemplo, enfrenta sérias dificuldades devido à seca.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a região Norte nesta semana e anunciou a criação de uma autoridade climática e um novo marco legal da emergência climática, em resposta aos desafios provocados pela seca. Além disso, o governo autorizou o uso intensificado de termelétricas nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe para compensar a queda na geração de energia hídrica.
A decisão sobre o retorno do horário de verão deve ser anunciada em breve, mas, por enquanto, o governo segue monitorando a situação energética e os níveis dos reservatórios.
Por Aline Dantas