A retirada de Fernando Santana (PT) da disputa pela presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) marcou uma nova fase de embates dentro da base do governo estadual. A decisão, anunciada pelo próprio deputado em uma publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (22), foi cercada por tensões políticas envolvendo o governador Elmano de Freitas (PT), o ministro Camilo Santana (PT), e o senador Cid Gomes (PDT).
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Fernando Santana destacou que sua decisão está alinhada a um projeto coletivo. Em sua declaração, citou figuras de peso como Elmano, Camilo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de enfatizar a importância de “diálogo e respeito” para buscar o melhor para a população.
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Sua desistência abriu espaço para outros nomes, como o do líder do governo na Alece, Romeu Aldigueri (PDT), apontado por aliados como favorito para a disputa. Guilherme Landim (PDT) também surge como opção, especialmente por sua proximidade com Cid Gomes. Ambos, no entanto, estão cotados para deixar o PDT.
Cenário de ruptura
Até recentemente, Fernando Santana era visto como o nome certo para liderar a Alece. Contudo, desentendimentos começaram a surgir, especialmente após um encontro entre Cid Gomes e Elmano de Freitas no último dia 15, no Palácio da Abolição.
Cid expressou desconforto com o que considerou uma concentração excessiva de poder pelo PT, que já comanda o governo estadual, federal e, possivelmente, a Prefeitura de Fortaleza a partir de 2025. Outro ponto de tensão foi a escolha de Fernando sem consultas prévias a aliados importantes, como Cid e deputados próximos a ele.
O senador, que afirmou na última terça-feira (19) que o rompimento com o governo estadual ainda não é definitivo, defendeu cautela no desenrolar do processo.
Antes da desistência, indicação era considerada definitiva
A escolha de Fernando Santana era vista como irreversível pela base governista, mesmo diante do desconforto de aliados como Cid Gomes. José Guimarães (PT), líder do governo Lula na Câmara, afirmou que recuar seria “desmoralizador” para o governador Elmano.
“Não vejo como retroceder. Seria uma desmoralização do próprio governador”, declarou Guimarães. O líder do PT na Alece, De Assis Diniz, também havia defendido a prerrogativa de Elmano em conduzir o processo, afirmando que a escolha de Fernando representava um movimento natural de governabilidade.
Por Nicolas Uchoa