A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (11), no Recife (PE), o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, por suspeita de tentar emitir ilegalmente um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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A medida é parte de um inquérito aberto após a PF identificar uma possível tentativa de concessão irregular do documento, o que, segundo a investigação, visava atrapalhar o andamento do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado em curso no STF.
📄 Cid quase foi preso
Moraes chegou a decretar também a prisão de Mauro Cid, mas revogou a decisão enquanto o militar estava sendo conduzido para o cumprimento do mandado. Segundo o advogado do ex-ajudante de ordens, Cezar Bittencourt, o tenente-coronel sequer chegou a ser preso. A Polícia Federal confirmou a informação ao Revista Cariri.
🔎 Suspeita de obstrução
Para os investigadores, Gilson Machado teria atuado para atrapalhar o processo judicial que julga os envolvidos na trama golpista de 8 de janeiro de 2023. Em nota divulgada anteriormente, Machado disse ter tomado conhecimento da investigação “pela imprensa” e negou “veementemente ter ido a qualquer consulado, inclusive o português”.
A defesa do ex-ministro ainda não havia se pronunciado até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
🇵🇹 Tentativa de cidadania
A defesa de Mauro Cid admitiu ao STF que ele solicitou cidadania portuguesa em 11 de janeiro de 2023, três dias após os atos golpistas em Brasília. Segundo os advogados, o pedido foi motivado pelo fato de sua esposa e filhas já possuírem a nacionalidade portuguesa — e Cid não teria conhecimento de qualquer ação paralela feita por Machado.
🎵 Gilson Sanfoneiro, aliado próximo de Bolsonaro
Conhecido pelo apelido de Gilson Sanfoneiro, o ex-ministro é aliado de longa data de Jair Bolsonaro. Ganhou visibilidade nacional ao participar de transmissões ao vivo do então presidente, muitas vezes tocando sanfona e interpretando músicas como “Ave Maria”, em tributos a vítimas da Covid-19.
Em abril deste ano, Gilson acompanhava Bolsonaro em uma viagem ao Rio Grande do Norte quando precisou passar por uma cirurgia de emergência para tratar uma obstrução intestinal.
⚖️ Réus por tentativa de golpe
Gilson Machado não é réu na ação que tramita no STF, mas Mauro Cid, Bolsonaro e outras 29 pessoas já respondem por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Segundo a denúncia da PGR, o grupo teria articulado medidas para manter Bolsonaro no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Por Pedro Villela, de Brasília









