O cirurgião Antônio Luiz Macedo, médico responsável pelo atendimento do presidente Jair Bolsonaro (PL), contou que no domingo (2) recebeu uma ligação do mandatário chorando de dor e com receio do que poderia acontecer.
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“Falou ‘estou morrendo, Macedo. A coisa está ruim’. Mandei ele ir na hora para o Vila Nova Star e liguei para o Pedro [Henrique Loretti, diretor do hospital]”, disse em entrevista para o jornal O Globo. O presidente foi internado no domingo com uma obstrução intestinal e permaneceu sob observação médica até hoje.
Ao analisar os exames de Bolsonaro e apalpar o intestino, o cirurgião disse ter ficado aliviado. “Qualquer cirurgia que for feita nessa região dificilmente vai durar menos de 12 horas”, explicou.
O médico também acrescentou que, nesse caso, seria impossível não procurar ajuda. “A dor é pavorosa. É como alguém bater com um martelo na barriga com força. O presidente é forte”, ressaltou.
‘É sempre perigoso’
Macedo disse que a situação de Bolsonaro não era tão grave, o que explica a rápida melhora do quadro. No entanto, o médico explicou que, no caso específico do presidente, não há obstrução que possa ser considerada leve ou pequena em razão de diversos fatores.
O intestino está todo colado na parede devido a vários fatores — a própria facada, as cirurgias, os sangramentos e infecções já ocorridos. É sempre perigoso, portanto. Na hora que passamos a sonda nele, saiu um litro de suco gástrico do estômago. Se ele vomitasse o líquido entrava nos pulmões e ele morria”.
Para ter alta, o presidente recebeu uma lista de cuidados, incluindo alimentos para evitar e se atentar à mastigação. Caso isso seja ignorado, “o risco de nova obstrução é considerável”.
O médico pediu para Bolsonaro não subir em caminhões e lugares altos, além de proibir o mandatário de andar de motocicleta.
“Se o impacto de uma queda atingir a região fragilizada, que é o lado esquerdo na altura do umbigo, pode romper o intestino”, falou. “Aconselhei a dona Michelle [Bolsonaro] a botar um cadeado na moto dele”, completou o médico em referências às motociatas do presidente pelo país.
A causa do mal-estar
Hoje mais cedo, o presidente fez uma live ao lado do cirurgião após receber alta hospitalar e afirmou que o incidente foi causado por uma peixada: “Mastiguei o peixe e engoli o camarão. Foi isso”. Bolsonaro estava de férias em São Francisco do Sul (SC).
“Ele como tem uma saúde, graças a Deus, muito boa, recupera rapidamente, tanto que no dia que eu cheguei, o intestino estava começando a funcionar. No dia seguinte já estava funcionando bem e agora o presidente está normal”, confirmou o médico.
Fonte: UOL