O ex-presidente Lula entregou uma imagem de um índio da Amazônia para o papa Francisco durante encontro entre os dois na quinta-feira (13), no Vaticano. E recebeu dele um terço.
A fotografia presenteada por Lula, que integra o projeto “Índios Brasileiros” do fotógrafo Ricardo Stuckert, retrata o índio Bejá Kayapó na aldeia Metuktire, no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso.
O petista viajou na terça (11) para visitar o pontífice. A ideia do encontro era que Lula conversasse sobre questões sociais com o papa. A reunião foi mediada pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Na véspera do encontro, o papa publicou documento sobre a Amazônia. Sobre as questões ecológicas, o pontífice defendeu que os empreendimentos “que prejudicam a Amazônia e não respeitam o direito dos povos originários do território e sua demarcação, à autodeterminação e ao consentimento prévio, devem receber o nome que lhes corresponde: injustiça e crime”.
Ele também disse ter quatro sonhos para a Amazônia: que a região lute pelo direito dos pobres, preserve suas riquezas culturais e naturais e que a igreja seja capaz de ter um comprometimento generoso e forte ao atuar ali.
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto para transferir o Conselho da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-Presidência e excluiu os governadores dos estados da Amazônia Legal da composição do órgão.
A medida recebeu algumas críticas, inclusive do Greenpeace. Bolsonaro reagiu às críticas e chamou a ONG ambientalista de “porcaria” e “lixo”.
O governo também não enviou convite à embaixada da França para a cerimônia de criação do Conselho da Amazônia. Outras missões diplomáticas foram chamadas e enviaram representantes.
Em janeiro, Bolsonaro defendeu que as comunidades indígenas se integrem ao restante da sociedade e avaliou que, cada vez mais, o índio está “evoluindo” e se tornando um “ser humano igual a nós”.
No começo deste mês, o presidente assinou projeto que autoriza garimpo em terras indígenas.
Por Monica Bergamo
Fonte: Folhapress