Marcelo Crivella (Republicanos), prefeito afastado do Rio de Janeiro por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção, deixou o presídio de Benfica, na zona norte do Rio, com uma tornozeleira eletrônica, no começo da noite de hoje.
O cumprimento do alvará de soltura foi confirmado pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio). À tarde, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a sua transferência imediata.
O ministro Humberto Martins, presidente do STJ, solicitou hoje à tarde a transferência imediata de Crivella para a prisão domiciliar e citou o que entende ser um descumprimento da conversão da prisão preventiva em domiciliar. A medida ocorreu após petição da defesa do político informar que o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) estaria retardando o cumprimento da liminar. Ontem à noite, Martins já havia concedido o benefício.
A Justiça determinou hoje à tarde ainda o corte de sinal de internet, celulares e telefones fixos na residência de Crivella. Em despacho assinado pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, ela determinou que seja cumprido um mandado de verificação e busca e apreensão na residência de Crivella para a retirada de terminais telefônicos fixos, celulares, computadores, tablets e laptops.
As empresas de telefonia fixa e internet responsáveis pelo fornecimento dos serviços ao imóvel de Crivella também serão notificadas para que o sinal seja interrompido, de acordo com o despacho.
O ‘QG da Propina’: entenda o caso
Ontem de manhã, Crivella foi preso preventivamente desde ontem por suspeita de chefiar o chamado “QG da Propina”, como ficou conhecido o suposto esquema de cobrança de pagamentos em troca de favorecimentos a empresários.
Segundo o MP-RJ (Ministério Público do Rio), o suposto esquema de pagamentos para liberação de contratos na administração municipal arrecadou mais de R$ 50 milhões e envolveu até mesmo suspeitas de uma articulação bilionária de lavagem de dinheiro na Igreja Universal do Reino de Deus, onde Crivella se tornou bispo licenciado após ser eleito prefeito do Rio, em 2016.
‘Redução de dano’, diz defesa de Crivella
A reportagem, o advogado de defesa de Crivella, Alberto Sampaio de Oliveira Junior, disse hoje que a decisão do STJ foi uma “redução de dano”. Crivella nega as acusações contra ele e diz ser alvo de perseguição política. O prefeito afastado do Rio foi denunciado pelo MP junto com outras 25 pessoas.
Fora da prisão, Crivella deverá seguir algumas determinações impostas pelo STJ, como:
• uso de tornozeleira eletrônica
• proibição de manter contato com terceiros
• entrega dos telefones celulares, computadores e tablets às autoridades
• proibição de sair de casa sem autorização
• proibição de usar telefones celulares
Fonte: UOL